Não basta ter dinheiro, ser bem-nascido, estudar nos melhores colégios ou ter um excelente emprego. Não basta planejar o tempo a fim de não desperdiçá-lo. O desperdício de idéias e de tempo não é mais importante do que a comida jogada fora todos os dias, ao redor do planeta. E isto pode acontecer na minha ou na sua casa, porque é uma questão cultural. Não fomos educados para nos preocupar com o reaproveitamento do alimento que adquirimos. Compramos, usamos e quando não queremos mais, jogamos fora, até mesmo alimentos que ainda poderiam ser consumidos. Os motivos são muitos mas um é crucial: não nos colocamos no lugar do outro. Esta falta de empatia impacta nas relações sociais e nos resultados econômicos de um país. Precisamos pensar melhor neste descarte que dói no bolso e na barriga de muita gente.
De acordo com o relatório emitido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 30% de tudo o que é produzido no mundo é desperdiçado e perdido antes de chegar à mesa do consumidor. Isso equivale a cerca de 1,300 bilhões de toneladas de alimentos, o que inclui 30% dos cereais, entre 40 e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos peixes.
A FAO calcula que esses alimentos seriam suficientes para alimentar dois milhões de pessoas. O desperdício de alimentos está relacionado com as perdas derivadas da decisão de descartar alimentos que ainda têm valor e se associa, principalmente, ao comportamento dos maiores e menores vendedores, serviços de venda de comida e consumidores. A grande exigência estética dos alimentos, também faz com que muitas pessoas descartem alimentos que ainda estão aptos ao consumo.No Brasil, anualmente, são desperdiçados 41 mil toneladas de alimentos, segundo Viviane Romeiro, coordenadora de Mudanças Climáticas do World Resources Institute (WRI) Brasil, uma instituição de pesquisa internacional. Isso coloca o Brasil, segundo ela, entre os dez países que mais perdem e desperdiçam alimentos no mundo.
Fonte: FAOPeople’s fridge communityWRI