5 plantas que afastam o mosquito da dengue
Foto: Pixabay

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já superou os 740 mil casos de dengue. Assim, representando um aumento de mais de 445% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando houve o registro de 165.839 casos. Diante desse recorde, torna-se crucial reforçar as medidas de prevenção. Uma estratégia simples e com um aroma agradável envolve o cultivo de plantas aromáticas em casa, que podem ajudar a afastar o mosquito transmissor da dengue. Isso porque o aroma dessas plantas e ervas interfere nos sensores olfativos dos insetos, afastando-os das pessoas.

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“Os mosquitos são atraídos por substâncias químicas exaladas pelo nosso corpo, como o dióxido de carbono, durante a respiração”, explica Giovani Lucas Miranda, professor de Ciências e Biologia do Colégio Positivo. Isso explica a proximidade dos mosquitos com a cabeça humana. “É uma área de intensa eliminação de gás carbônico, substância química que atrai os pernilongos”, acrescenta o professor. E, segundo ele, alguns aromas, afastam o mosquito, servindo como repelente e um método eficaz de combate à dengue.

Plantas como sálvia, melissa, citronela, manjericão e lavanda são reconhecidas pelos óleos essenciais que funcionam como repelentes naturais contra mosquitos e outros insetos. “Compostos como o citronelol, presente na citronela, e o linalol, encontrado na lavanda, afetam os sensores olfativos dos mosquitos, dificultando a capacidade de localizarem humanos para picar. O manjericão contém eugenol, e a sálvia possui tujona e cineol, que podem ter efeitos tóxicos e irritantes nos sensores olfativos dos insetos, desestimulando a permanência deles nas áreas onde essas plantas estão presentes”, detalha o especialista. Portanto, os óleos essenciais dessas plantas também podem ajudar a repelir pernilongos, incluindo o Aedes aegypti, responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya. Mesmo não sendo uma solução definitiva, contribuem para a redução da presença desses insetos nas áreas habitadas.

Conhecendo as propriedades de cada planta

Sálvia (Salvia officinalis): rica em óleos essenciais como cineol, borneol e tujona, conhecidos pelas propriedades repelentes de insetos. Além do uso tradicional na culinária devido ao aroma forte, a sálvia é aplicada no tratamento de problemas digestivos e inflamações da boca e garganta, possuindo também propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
Melissa (Melissa officinalis) ou erva-cidreira: conhecida pelas propriedades calmantes, a melissa contém óleos essenciais como citral, neral e geraniol, que ajudam a repelir insetos. É de fácil cultivo e atrai abelhas, beneficiando a polinização do jardim.
Citronela (Cymbopogon nardus)o óleo essencial é um dos repelentes de mosquitos mais eficazes e naturais, usado em velas, sprays e loções. Contém geraniol, citronelol e citronelal, que interferem nos sensores dos insetos, repelindo-os eficazmente. Além do uso como repelente, podemos usar a citronela em aromaterapia para promover relaxamento e aliviar o estresse.
Manjericão (Ocimum basilicum): rico em eugenol, linalol e citronelol, o manjericão é muito usado na culinária pelo sabor único, propriedades anti-inflamatórias  antibacterianas, além de ser uma fonte de antioxidantes. Fácil de cultivar, atrai abelhas, é benéfico para o ambiente e ainda atua como repelente de mosquitos.
Lavanda (Lavandula angustifolia)além das conhecidas propriedades relaxantes, utilizadas em produtos de aromaterapia para alívio do estresse e indução do sono, a lavanda pode repelir mosquitos e traças devido ao óleo essencial que contém linalol e acetato de linalila.

Medidas preventivas

O uso de plantas e óleos essenciais como repelentes naturais é uma estratégia ambientalmente sustentável, reduzindo a dependência de repelentes químicos, que podem acarretar efeitos adversos para a saúde e o meio ambiente. “Isso porque além de repelir mosquitos, essas plantas podem atrair insetos benéficos e polinizadores, desempenhando um papel valioso na manutenção da saúde do ecossistema local”, destaca o professor.

Como o Aedes aegypti está adaptado à convivência com humanos, pode picar ao longo do dia, especialmente em períodos de menor incidência solar, quando tende a se abrigar. Contudo, isso não o impede de picar dentro de residências durante o dia. “De modo geral, ele mostra preferência por períodos de baixa de luminosidade, especialmente ao final da tarde. Por isso, recomenda-se a instalação de telas e o fechamento de portas e janelas após às 16h30, principalmente em áreas com presença conhecida desses mosquitos. E, se possível, aplique repelente”, sugere Giovani.

Ele enfatiza que é importante entender que, embora o cultivo dessas plantas possa ajudar na redução de mosquitos, essa medida deve ser parte de uma estratégia mais ampla de combate à dengue, que inclua a educação da comunidade, a manutenção da limpeza e a eliminação de possíveis criadouros do mosquito.

Repelente caseiro

Podemos prepará-lo com óleo de citronela, reconhecido por suas propriedades repelentes naturais contra mosquitos. O professor indica uma receita básica que pode ser facilmente feita em casa:

Ingredientes

– ½ xícara de água

– ½ xícara de álcool de cereais ou álcool 70%

– 50 a 60 gotas de óleo essencial de citronela

– 30 gotas de óleo essencial de eucalipto limão (opcional para reforçar a eficácia)

– 20 gotas de óleo essencial de lavanda (opcional, para agregar aroma e efeito calmante)

– Um frasco de spray vazio e limpo

Modo de preparo

Primeiramente, em uma tigela pequena, misture o álcool com os óleos essenciais. O álcool ajuda a dispersar os óleos essenciais uniformemente e aumenta a eficácia do repelente.

Em seguida, adicione a água à mistura e mexa bem. Se estiver usando álcool isopropílico, podemos ajustar a quantidade de água para suavizar a mistura, conforme sua preferência.

Assim, com a ajuda de um funil, transfira a mistura para o frasco de spray. Certifique-se de que  esteja limpo para evitar contaminações.

Então, agite o frasco antes de cada uso para assegurar a mistura homogênea dos óleos essenciais com a água.

Logo após, borrife o repelente caseiro nas áreas expostas da pele, evitando contato com os olhos, boca e feridas. Se necessário, aplique também em roupas, cortinas e próximo às janelas e portas por onde os pernilongos podem entrar. Este repelente natural pode ser reaplicado com mais frequência do que os repelentes comerciais, especialmente se você suar ou se molhar.

Por fim, guarde o repelente em local fresco e protegido da luz para preservar a integridade dos óleos essenciais.

Cuidados especiais

– Faça o teste de sensibilidade aplicando uma pequena quantidade do produto no pulso para verificar se há alguma reação alérgica antes de usar no corpo todo.

– Os óleos essenciais são potentes e devemos usá-los com atenção, especialmente em crianças e gestantes. Consulte um profissional de saúde antes do uso.

Fonte: assessoria de imprensa