O dia Mundial da Asma de 2020 se concentrará novamente nas necessidades das pessoas com a doença. Os temas anteriores incluíram o gerenciamento e a convivência com a doença. Esses temas ressoam mais do que nunca neste ano, pois qualquer discussão será dominada pelos debates atuais em relação à pandemia do novocorona vírus e seus efeitos no tratamento da asma. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 100 a 200 milhões de pessoas sofrem de asma e as mortes anuais atingem 180.000 em todo o mundo.
A asma envolve as vias aéreas de grande e de pequena condução e é caracterizada por uma combinação de inflamação e remodelação estrutural que pode começar no útero. Esta inflamação das vias aéreas brônquicas, resulta em aumento da produção de muco e hiper responsividade das vias aéreas. A sintomatologia inclui episódios de chiado, tosse e falta de ar. É frequentemente acompanhada de comorbidades, incluindo alergias de múltiplos órgãos, como rinite alérgica, conjuntivite, dermatite atópica e alergia alimentar, além de distúrbios não alérgicos, como obesidade, refluxo gastroesofágico e condições psiquiátricas.
Segundo a nutricionista Adriana Stavro, neste momento de pandemia, além dos cuidados básicos de lavar as mãos e praticar distanciamento social, devemos nos preocupar e evitar os alimentos alergênicos. Pesquisas mostram que indivíduos com asma e alergia alimentar correm maior risco de episódios asmáticos mais graves, sendo necessário hospitalização, o que os colocaria em maior risco de serem expostos ao novo coronavírus.
Embora cada pessoa possa apresentar alergia a um determinado alimento, é importante que seja levado em consideração a restrição de alimentos que contenham alérgenos desencadeantes de reações exacerbadas. Os 9 alérgenos alimentares mais comuns são amendoim, leite, ovo, soja, nozes, trigo, mariscos e gergelim. Entretanto, crises de asma também podem ser desencadeadas apenas pela inalação de alimentos como a farinha de trigo e amendoim.
As proteínas do leite de vaca podem desencadear prematuramente a asma na infância, sendo assim, é imprescindível que haja o aleitamento materno por período mínimo de 6 meses para reduzir os riscos de desencadear a doença prematuramente em crianças com predisposição hereditária.
A gravidade da doença varia de ocasional, leve a grave. “Ainda não se sabe por que os asmáticos têm essa atividade imunológica desequilibrada, porém, vírus, fungos, metais pesados, nutrição desequilibrada e poluição podem contribuir para o agravamento da doença. ” Explica Adriana.
Por isso, a terapia nutricional se baseia no abrandamento da inflamação e no alívio da obstrução das vias aéreas. Estudos mostram que nutrientes antioxidantes, especialmente vitaminas C (laranja, mexerica, maracujá, limão, abacaxi), vitamina E (gérmen de trigo, carnes, azeite, amêndoas, nozes, castanha-do-pará, pistache, semente de girassol, gergelim, espinafre, couve, agrião, linhaça), selênio (castanha-do-pará ou castanha do-brasil) e zinco (presente em todos os tipos de carne, especialmente a vermelha) podem ter efeito protetor contra a doença. A ingestão dessas fontes diminui o poder oxidativo, consequentemente inibe o processo inflamatório dos pulmões.
As vitaminas B6 e B12 (carnes, legumes, verduras, brócolis, couve, cereais integrais, ervilha, castanhas, nozes, abacate e levedo de cerveja) também demonstraram ser úteis, assim como os ácidos graxos ômega-3, (sardinha, algas marinhas, óleo de peixe e chia), influenciam de forma positiva nos processos inflamatórios conferindo efeito protetor.
Na contra mão do ômega 3, os ácidos graxos saturados presentes nas carnes, leites e derivados gordos devem ser evitados, pois ativam a resposta inflamatória desencadeando mecanismo inflamatório em cascata.
Como vimos, cuidar da alimentação é fundamental para o controle da doença, pois uma dieta adequada pode minimizar os riscos de ocorrência dos sintomas e de crises frequentes.
Cuide-se. Faça boas escolhas.
Fonte: assessoria de imprensa