O brasileiro é apaixonado por cerveja. Novidade? Nenhuma. Mas esta paixão está se transformando e deixando um pouco de lado o gosto pela cerveja tradicional para ganhar admiradores com a versão mais natural, sem corantes, estabilizantes e conservantes artificiais da cerveja artesanal. Para o chef e beer sommelier curitibano Guilherme De Rosso, proprietário do Simples Assim e coordenador do curso de Beer Sommelier do Centro Europeu, a bebida é, também, uma ótima aliada para os mais variados preparos gastronômicos. Comprovando essa teoria, ele acaba de lançar o projeto EatBeer, que consiste na criação de receitas diferenciadas que levam cervejas artesanais em sua composição. Para incentivar essa nova cultura, De Rosso separou algumas dicas de cervejas que podem ser acrescentadas aos pratos. Para o chef, o segredo está no equilíbrio. “Como qualquer ingrediente, a cerveja tem a função de trazer mais sabor ao preparo. Temos que pensar com muito cuidado no estilo da cerveja que será utilizada e qual será seu propósito, além é claro, da maneira como vamos utilizá-la. Tenha em mente que você deve aproveitar a característica principal de cada estilo, seja o aroma ou o sabor”, explica o especialista. Cervejas aromáticas lupuladas (IPAs em geral): tente não levar esse tipo de cerveja ao fogo. A fervura por um certo período de tempo faz volatilizar todos os componentes aromáticos que dão característica a cerveja e que queremos presentes no prato, além de potencializar o amargor. Elas são boas para serem usadas no final da preparação. Exemplos de pratos: Chimichurri, Pesto, Mousse de Chocolate Belga, Torta de limão, Conserva e Maioneses. Cervejas encorpadas e alcóolicas (entre elas Weeheavy e Strong Scotch Ale): essas sim podem ser levadas ao fogo por mais tempo. São perfeitas para carnes e legumes que têm longa cocção. Assim como um vinho tinto, funcionam muito bem em molhos. Exemplo de pratos: Ragú e Ossobucco. Cervejas Maltadas (entre elas stouts, dubbel e bocks): As cervejas com caráter mais maltado têm o maior leque de opções de uso na cozinha, já que o malte consegue ser um ótimo componente. Ele agrega sabor e aroma em preparos doces e salgados. Exemplos de pratos: caldas de chocolate, panquecas americanas, waffle belga, bolinho de vegetais, molhos (tente um molho pomodoro com stout), Tiramisú, cebola caramelizada e Caramelo. Cervejas “funky” (cervejas com um caráter bem marcante, entre elas Lambics, Flandres e Farmhouse Ales): esse estilo de cerveja vai muito bem com frutos mar. É uma experiência inusitada, mas cheia de sabor. Exemplos de pratos: Vinagrete de Marisco e Ceviche. Para finalizar, o chef reforça a importância da parcimônia na hora da utilização das cervejas, fora isso, se você gosta de se aventurar na cozinha, essas são ótimos opções para novos sabores. “Esses foram alguns exemplos de milhões de oportunidades. Arrisque-se. Você não vai se arrepender”, completa.