Chegar na casa da nona e se deparar com uma roda de chimarrão, é algo que, normalmente, acontece nas cidades do Sul. Essa realidade mudou um pouco com a pandemia, quando houve a necessidade de cada um ter a sua própria cuia e bomba para apreciar essa bebida tradicional e de personalidade única. Assim como o churrasco, fandango e a bombacha fazem parte da cultura e do folclore do Sul do Brasil, explorar o sabor e a tradição do bom chimarrão, pode surpreender o paladar. Para enaltecer o dia da bebida, comemorado no dia 24 de abril, o GetNinjas, app de contratação de serviços, convidou Elenir F. Isaías, cozinheira de Florianópolis que atende pela plataforma, para contar um pouco da história e alguns segredos para preparar um “chima” pra lá de bom, tchê:
Por onde começar?
Os itens necessários para preparar o chimarrão são:
– Cuia de porongo;
– A bomba;
– Vira-mate ou cevador;
– A erva mate;
– Garrafa térmica;
– Bolsa Mateira (onde guarda os itens).
Qual a erva ideal para a receita?
A especialista explica que a “erva ideal” depende do paladar de cada um e que existem vários tipos de ervas, tais como: grossa, fina, amarga, mais adocicada e mistura de chás. Além disso, a cozinheira ressalta que em cada região, a consistência da erva, assim como sua marca, pode mudar. “Dou preferência para usar a ‘Vier grossa’, mas isso é bem pessoal. A vantagem da erva grossa é que não fica saindo farelo na hora de tomar. Uma opção é utilizar um saquinho com tecido filtro bem fininho, que se coloca na bomba e evita o entupimento mesmo com erva mate fina”.
Como fazer a “caminha” da cuia?
De acordo com Elenir, o segredo é usar a palma da mão ou uma tampa redonda (chamada de vira-mate ou cevador). O ideal é deitar a cuia e deixar a erva ficar pela metade. “Não é necessário usar muita erva, apesar de variar muito o tamanho da cuia e o modelo. Normalmente até um pouquinho abaixo do ‘pescoço’ da cuia é o ideal”.
Qual a temperatura ideal da água para consumir a bebida?
Segundo especialistas, a temperatura ideal da água é entre 70°C e 80°C, mas a cozinheira ressalta que é difícil ter um termômetro para medir, então, a boa temperatura é antes da ebulição, ou seja, quando a chaleira “apita”.
Existe uma cuia ideal?
“O material ideal é o porongo, fruto da cabaceira, com formato oval e mais ‘afilado’ nas extremidades. Agora, quanto ao tamanho, se é grande ou pequena, com base ou sem, vai da preferência de cada um”, explica.
Tem diferença de chimarrão entre os estados do Sul?
A cozinheira relata que já morou no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e que o preparo, assim como o sabor do chimarrão, é semelhante em qualquer lugar, e ressalta: “Tereré não é chimarrão, e onde tem gaúcho, tem um bom chimarrão”.
Como evitar o entupimento da bomba?
Isso pode ocorrer quando o consumo da bebida é diário: “Para evitar o entupimento, pode usar a erva grossa e/ou saquinho com tecido filtro”, aconselha a profissional.
E como limpar adequadamente a cuia e a bomba?
Elenir explica que o ideal é retirar a erva anterior com uma colher e lavar o recipiente com água corrente de forma abundante. A limpeza da bomba, também com água corrente, deixando o ‘bojo’ (a parte inferior da bomba), para baixo e a água passando por dentro dos furos.
“Sou gaúcha, e o chimarrão nasce com a gente e é incorporado em nosso cotidiano naturalmente. O costume vem de família, e pode beber em casa, na escola, no lazer e no local de trabalho (em alguns casos). Não tem hora nem lugar para apreciar um ‘chima’ preparado com todo carinho e afetuosidade”.
Por fim, a profissional alerta: “Com a pandemia, essa tradição coletiva de tomar o chimarrão tem sido individual. Se cada um usar sua própria cuia e bomba, estaremos ainda mais protegidos do coronavírus”.
Fonte: assessoria de imprensa