Recentemente, as atenções estão voltadas à Vitamina D por conta do seu papel para a saúde dos ossos e do coração, além do sistema imunológico. A preocupação leva em conta o isolamento social, que diminui a exposição solar – responsável pela síntese da Vitamina D. “Também conhecida como calcitriol, ela é um hormônio esteroide fundamental para o equilíbrio de diferentes órgãos, já que controla mais de 3.000 genes e tem mais de 80 funções no organismo. Mas sua ausência pode interferir também na saúde reprodutiva da mulher, além de causar problemas também na gestação. Sabemos também que mulheres com baixos níveis de vitamina D podem ter menos probabilidade de ter filhos após a tecnologia de reprodução assistida do que aquelas com níveis normais de vitamina D”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. “Ela é produzida pela pele em resposta à exposição solar. Existem alimentos ricos em vitamina D, como peixes gordurosos (salmão), ovos e laticínios. Mas, mesmo com essa alimentação, a exposição solar é importante, pois o sol é responsável por 80 a 90% da conversão da vitamina do organismo”, diz a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Um trabalho conduzido pelo National Institute of Health dos Estados Unidos verificou que um nível abaixo do recomendado (30 ng/ml) em mulheres pode interferir nas tentativas de concepção de um filho. As mulheres que estavam acima desse nível tinha 10% de chances a mais de engravidar e um risco 15% menor de aborto espontâneo. “Existe um papel importante também dessa vitamina na fertilidade masculina, uma vez que ela atua nos testículos para auxiliar a manutenção da sobrevivência e das funcionalidades dos espermatozoides maduros, ao passo que sua deficiência está relacionada à diminuição da fertilidade masculina. Nesse sentido, a Vitamina D é de suma importância no planejamento da gravidez”, acrescenta o médico.
A própria atuação da vitamina D no sistema imunológico também pode ter impacto na concepção. “Isso pode evitar que a gestante rejeite a implantação do embrião, tanto na fertilização in vitro ou na gravidez espontânea”, explica o médico Dr. Rodrigo Rosa.
Já durante a gestação, níveis recomendados desse hormônio diminuem a incidência de problemas no período, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia (pressão arterial elevada) e parto prematuro. “No caso do diabetes gestacional, ele acontece principalmente depois de 24 semanas, quando a placenta produz hormônios que são hiperglicemiantes. E esse aumento de glicemia fisiológica se não for contrabalanceada com uma qualidade de estilo de vida favorável, com exercícios físicos, dieta equilibrada rica em frutas, gorduras boas, vegetais, essa paciente pode desenvolver o diabetes gestacional e levar a complicações para o bebê”, afirma o especialista.
Para evitar a carência da substância, a Dra. Paola lembra que o recomendado é tomar 15 minutos de sol por dia. “Isso pode ser feito no momento em que você colocar o lixo para fora, levar o cachorro para passear ou estender as roupas”, afirma a dermatologista. “Não é necessário expor o corpo todo sem proteção: o rosto deve estar sempre com fotoprotetor e você pode expor o antebraço nesse período”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa.
Com relação à suplementação nesse período, o ideal é consultar um médico. “A suplementação indiscriminada de vitamina D não é recomendada, pois, em excesso, pode gerar efeitos tóxicos (até insuficiência renal nos casos graves)”, diz a Dra. Paola. “Caso você acredite que seus níveis de Vitamina D estão abaixo do recomendado, consulte um médico, que poderá constatar ou não essa deficiência e a causa do problema para prescrever a suplementação adequada de acordo com suas características. No caso de casais tentantes, o médico especialista pedirá exames e, se for necessário, indicará suplementos para aumentar os níveis dessa vitamina”, finaliza o Dr. Rodrigo.
Fonte: assessoria de imprensa