Sabemos que os países em desenvolvimento dependem muito dos pequenos agricultores, criadores, pescadores e das pessoas que vivem nas florestas, pois, o conhecimento agregado a eles é de extrema importância para a sustentabilidade de diversos sistemas alimentares.  Porém, o reconhecimento para essas pessoas é quase nulo, e quando falamos das mulheres que trabalham no campo a situação piora muito, já que elas enfrentam preconceito, são desestimuladas até pela própria família e chegam a sofrer diversos ataques e violências.

 

O mundo está voltado para o empoderamento feminino, e, com a proximidade do Dia Internacional da Mulher diversos eventos, manifestos e manifestações virtuais estão a todo vapor em uma tentativa de aproveitar a data para chamar atenção ao debate.

 

Datas como essa mostram a importância e a necessidade de olharmos para as nossas mulheres, em todos os cantos do nosso País, principalmente, as que não têm acesso a tantas informações e aos direitos que possuem. No Brasil, por exemplo, quase 15 milhões de mulheres estão privadas do direito da cidadania por não terem reconhecida a sua condição de agricultoras familiares,  camponesas ou trabalhadoras rurais.

 

Uma das vertentes da campanha ‘Guardiões dos Sabores’, da ONG FASE, possui projetos que buscam ajudar essas mulheres por meio da agroecologia e soberania alimentar. É trabalhada a necessidade de manter as tradições dos alimentos regionais para que a cultura e os valores nutricionais sejam preservados.

 

Às vezes, certos alimentos não chamam muita atenção, mas se produzidos de outra maneira garantem uma fonte de renda essencial para o dia a dia dessas famílias que dependem da agricultura local. Muitas mulheres já estão até exportando as rosquinhas que são produzidas através da castanha, na Amazônia.

 

A atuação da FASE junto às trabalhadoras rurais vem se consolidando e garantindo mais independência e conhecimento a elas. A ONG auxilia os pequenos produtores no preparo do solo, na escolha dos alimentos plantados e até mesmo procurando outras maneiras de comercializar o resultado e garantir o sustento das famílias envolvidas no plantio.

 

Cerca de 70% das mulheres que trabalham no campo dizem que não tem renda ou que trabalham para consumo próprio, sem contar em muitas que sofrem atentados e ameaças de diversos produtores que não reconhecem o trabalho feminino. Por isso, há muito a se fazer para que as mulheres consigam ter direito a renda, equidade no acesso aos recursos produtivos, autonomia econômica no âmbito familiar e acesso aos recursos públicos.

 

Fonte: guardioesdossabores.org