O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de julho/22 aumentou em relação ao mês anterior em sete das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE, com aumentos que variaram de 2,1% a 4,5%. Manaus foi a que apresentou redução de -0,7% no valor da cesta básica, em relação a junho.
As maiores altas foram registradas em Fortaleza (4,5%), Brasília (4,0%) e Salvador (4,0%), em relação aos valores de junho/22. As capitais Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram as menores altas, com 2,4% e 2,1%, respectivamente.
A cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 902,03), seguida pelas de São Paulo (R$ 895,23) e Fortaleza (R$ 803,64). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 655,21), Manaus (R$ 662,24) e Brasília (R$ 713,67) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos da cesta básica, quatro apresentaram aumento de preço em todas as capitais: frango, leite UHT, manteiga e margarina.
Outros produtos que apresentaram altas expressivas em diversas capitais foram: frutas, massas secas, farinha de mandioca, café em pó, pão e arroz, dentre outros listados nas tabelas abaixo.
O leite UHT continua a trajetória de alta nos últimos seis meses, apresentando níveis de aumento superiores aos registrados em junho. Dentre as razões para sucessivos aumentos está a alta do preço internacional das commodities, especialmente do milho e da soja usados na alimentação das vacas, que têm elevado o custo de produção do leite e de seus derivados, como é o caso da manteiga. Além disso, houve queda na produção devido ao avanço do período de entressafra, que ocorre entre o outono e o inverno, prejudicando a qualidade das pastagens e reduzindo a oferta no mercado.
O preço do frango também tem sido afetado pela alta do milho, usado na ração animal, aumentando seu custo de produção.
Já o preço das massas e do pão tem sido impactado devido ao aumento internacional do trigo, decorrente da guerra entre Ucrânia e Rússia, que são grandes exportadores do produto.
Assim, os problemas climáticos têm sido o principal motivo de aumento de preço do café, devido à quebra de safras e consequente redução da oferta no mercado, além de valorização no mercado internacional. Além disso, com a alta no preço dos fertilizantes por conta da guerra na Ucrânia, os custos de produção das lavouras tendem a subir, impactando várias culturas como é o caso do arroz.
Além disso, depois da queda no preço médio em junho, as frutas voltaram a apresentar tendência de alta.
Dentre os produtos que registraram queda de preço na maioria das capitais, destacam-se: os legumes, em especial a batata, cenoura e a cebola. Eles apresentaram redução expressiva de preço após vários meses de altas sucessivas.
Além destes, os preços dos ovos e carne bovina também retraíram em algumas capitais, dando um alívio para o consumidor de proteínas. O óleo de soja, que também foi um dos vilões da inflação nos últimos meses, apresentou redução de preço em várias cidades.
A variação acumulada no valor da cesta básica, nos últimos seis meses, foi diferente entre as capitais, variando de 9,3% no Rio de Janeiro e alcançando 19,2% em Belo Horizonte.
Os alimentos que mais subiram de preço nos últimos seis meses, em praticamente todas as capitais, estão apresentados na tabela a seguir. Os leites UHT e derivados lideram a lista.
Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve um aumento no valor médio nas oito capitais analisadas. As cidades que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada foram São Paulo (R$ 1.890,68) e Rio de Janeiro (R$ 1.856,96). As maiores altas no valor da cesta ampliada foram registradas em Salvador (5,3%) e em Brasília (5,2%).
Na cesta ampliada, destaca-se a elevação de preços de praticamente todos os produtos em todas as capitais. Dos 33 produtos da cesta ampliada, 8 tiveram aumento de preço em todas as cidades, com destaque para derivados do leite.
Nesse sentido, julho de 2022 se apresenta como um mês em que a inflação do supermercado continua alastrada na vida do brasileiro. Portanto, alguns produtos que vinham sendo considerados como vilões da inflação começam a registrar retração nos preços. Conforme, os legumes, carne bovina e óleo de soja.
Fonte: assessoria de imprensa