Peixes locais são opções mais econômicas e sustentáveis para a Sexta-Feira Santa

Com a Páscoa chegando, a escolha do cardápio para a Sexta-feira Santa gera expectativa em muitas pessoas. Para alguns, devido ao preço do pescado que aumenta muito. Para outros, a dúvida sobre como escolher uma opção saudável e ainda têm as pessoas intolerantes e alérgicas aos frutos do mar.

O bacalhau é sempre uma opção tradicional, mas é importante saber que comprar localmente contribui com a economia familiar e com o desenvolvimento regional.

A Tilápia, por exemplo, é o peixe mais consumido no Brasil, e é facilmente encontrada na região Sul do país. Para que se tenha ideia, o Paraná lidera a produção nacional deste segmento, com 22% do mercado e uma produção anual que gira em torno de 188 mil toneladas.

O peixe é uma ótima opção para ceviches, moquecas, ou até mesmo servir grelhada. No norte, algumas opções de peixes locais são Tambaqui, Pirarucu, Tucunaré, Traíra e Dourada. No nordeste, cavala, pescada-amarela, sirigado e robalo são os principais peixes, e na região sudeste se destacam o dourado e o linguado. Saber quais são as opções de peixes de cada região ajuda a otimizar os preços e encontrar produtos de qualidade.


“A solução está em receitas nas quais possamos substituir o famoso bacalhau, utilizando pescados locais frescos”, afirma o chef de cozinha Álvaro Krieck, também professor do Centro Europeu, uma das maiores escolas de gastronomia da América Latina. Esse é o caso do Bacalhau das Abadessas, com o “Peixe Local das Abadessas”, uma receita muito simples, mas extremamente saborosa, que será possível conferir logo abaixo.

Como escolher o peixe

Muitas pessoas preferem consumir peixe durante a Quaresma ou Semana Santa, o que aumenta a comercialização do alimento nessa época do ano. Por isso, é necessário ficar alerta para não adquirir produtos que não atendam às normas de higiene e qualidade. Alimentos fora dessas especificações podem provocar contaminação e oferecer sérios riscos à saúde.

A nutricionista Natalie Marques explica que para verificar o estado do produto, o consumidor deve observar algumas particularidades. “Pescado fresco apresenta olhos brilhantes, guelras avermelhadas e escamas firmes, sem soltar-se. O comprador também deve prestar atenção se o alimento está armazenado em local limpo e adequadamente refrigerado”, diz Natalie.

Os peixes frescos podem ficar em balcões fechados e, se acondicionados em ilha aberta, com, no mínimo, 70% de cobertura com gelo, com temperatura até 4° C. No caso de produtos resfriados e descongelados, eles devem estar sob temperatura de 0º a 3°C. Quando inteiros (com ou sem vísceras), podem ser acondicionados tanto em ilha aberta, nas mesmas condições de peixes frescos, ou em equipamento de refrigeração. Aqueles cortados em postas, filetados ou outros cortes, precisam estar embalados ou em balcões fechados.

Para os congelados, as exigências são manter a temperatura em -18°C, com tolerância até -11°C, com informações de rotulagem sobre espécie, origem, validade e forma de conservação. Devem ser comercializados somente embalados ou em balcões fechados. A mercadoria a granel pode estar em temperatura ambiente, protegida do contato com pragas e sujeira ou em embalagem do fabricante.


Cuidados com a alergia alimentar

Neste feriado também é importante ficar atento com as pessoas que têm restrições alimentares provocadas por alergias. A alergologista do ECO Medical Center, Camilla Pereira explica que as alergias alimentares no Brasil tem prevalência de 8% nas crianças com até dois anos e de 2% nos adultos, segundo dados de 2019.

“Isso inclui alergia aos frutos do mar, alimentos tradicionais da Sexta-feira Santa. Já no domingo de páscoa, o cuidado deve ser com os alérgicos a leite, ovos e oleaginosas (principalmente amendoim)”, ressalta.

Atualmente existem vários meios para o diagnóstico de alergia alimentar, como os exames de sangue (chamados de IgEs específicos) e o teste de contato de leitura imediata (Prick test). Esses exames são solicitados conforme a história da alergia alimentar e auxiliam no diagnóstico correto da alergia. “Quando necessário e com indicação do especialista, pode ser necessário o Teste de Provocação Oral. No qual são ofertadas doses do alimento (sempre em local seguro) e observa-se reação ou não”, destaca Camilla.

Bacalhau das Abadessas

Por Chef Álvaro Krieck – professor do Centro Europeu 

Ingredientes

  • 1,5 kg de pescado (prejereba, olhete, benbeca)
  • 500g de cebola em julienne (palitos finos)
  • 100g de manteiga
  • 6 maçãs verdes descascadas e cortadas em lascas
  • 2 litros de leite integral
  • 1 litro de creme de leite fresco
  • 5 mL de vinagre de vinho
  • 6 gemas
  • 1 maço de cebolinha
  • Arroz branco para servir
  • Brócolis cozido no vapor para servir
  • Sal e pimenta do reino a gosto
  • Pimenta em grão
  • Louro

Modo de preparo

Primeiramente, leve uma panela ao fogo com o leite, sal, um pedaço de cebola e louro.

Em seguida, adicione o peixe em pedaços e aqueça até 80ºC.

Logo após, leve uma frigideira funda ao fogo com a manteiga.

Então, adicione a cebola e as maçãs. Refogue até começarem a murchar, mas sem perder o ponto.

Em seguida, acrescente o vinagre e junte o creme de leite. Deixe reduzir.

Então, junte as gemas sem ferver.

Assim, adicione o peixe desfiado e aqueça sem ferver.

Logo após, tempere com sal e pimenta do reino.

Por fim, sirva com batatas cozidas e brócolis.