Uma restrição alimentar pode ser um desafio significativo na vida de muitas pessoas, influenciando não apenas suas escolhas de comida, mas também sua saúde, bem-estar e qualidade de vida.
“Restrição alimentar é a prática de excluir deliberadamente um ou mais tipos de alimentos, ingredientes ou nutrientes da dieta de uma pessoa, tornando necessário adotar uma abordagem alimentar especial ou diferenciada em comparação com a dieta convencional da maioria das pessoas. Essa adaptação nutricional é essencial para atender às necessidades específicas desse indivíduo”, esclarece Alexandra Corrêa de Freitas, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Faculdade Santa Marcelina.
A seguir, a nutricionista explora em mais detalhes as diversas razões por trás das restrições alimentares, os desafios enfrentados por aqueles que adotam essas restrições em suas vidas, e como é possível manter uma alimentação saudável e equilibrada mesmo diante dessas restrições.
Quais os tipos de restrição alimentar?
Devemos utilizar as restrições alimentares apenas em situações em que de fato são necessárias, como no caso de alergias, intolerâncias ou doenças que justifiquem retirar um ou mais alimentos, ingredientes e nutrientes da alimentação. Exemplos: retirada de açúcar da alimentação de indivíduos diabéticos, retirada do glúten da dieta de pessoas com doença celíaca, isto é, alergia a glúten; retirada da lactose daqueles que são intolerantes à essa substância.
O que pode causar restrição alimentar indevida?
Estudos comprovam que a restrição alimentar indevida, principalmente aquela usada para perda de peso rápido, aumenta o risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares (bulimia, anorexia, comer transtornado). Além do chamado “efeito sanfona”, no qual acontece perda de peso rápido e ganho de peso rápido, na sequência. Comer está muito além da satisfação da fome e saciedade e da oferta de nutrientes. Afinal, comemos também pelo prazer em saborear um alimento gostoso, que traz memórias afetivas. Além de socializar com amigos e famílias, entre outras funções que a alimentação tem em nossas vidas. Por outro lado, é certo que a qualidade da alimentação influencia diretamente na condição de saúde de qualquer pessoa. Por isso, a base da orientação nutricional para a população em geral, sem doenças que requerem a restrição alimentar, é a busca pelo equilíbrio e a educação alimentar e nutricional. Assim, para que as escolhas e hábitos alimentares saudáveis sejam duradouros.
Recomenda-se comer de vez em quando?
Em um acompanhamento nutricional, em geral, não há necessidade de proibições. As restrições mais severas só devem ter indicação quando houver condição clínica que a justifique. Dessa forma, o consumo eventual de alimentos que contenham açúcar, gorduras e maior densidade energética (calorias) pode ser parte de uma rotina organizada da alimentação. Em geral, indica-se o consumo eventual e não diário desses alimentos.
Como manter uma boa alimentação sem que haja radicalismo?
A dica é comer alimentos de todos os grupos alimentares. Dessa forma, no dia a dia, as refeições devem contemplar alimentos como: pães, cereais e tubérculos que são fonte de energia por nos ofertarem carboidratos. Além de grãos como feijões, lentilha, ervilha e oleaginosas como as castanhas. Elas nos ofertam proteínas de origem vegetal e vitaminas e minerais; hortaliças como frutas, verduras e legumes, somando cinco porções ao dia.
Dessa forma, a oferta de fibras estará adequada, assim como será possível uma alimentação colorida com a oferta de diversos nutrientes. Especialmente, vitaminas e minerais; leite, carnes e ovos são fonte de proteína animal e outras vitaminas e minerais; óleos e gorduras são importantes e necessários. Mas é preciso atenção especial quanto à frequência e qualidade das gorduras. Recomenda-se preferir as gorduras insaturadas, presentes em azeites extravirgem, peixes, abacate e castanhas. As frituras e os alimentos ricos em gorduras devem aparecer com menos frequência em nossas refeições. Açúcares e doces podem ser parte da alimentação, porém com cuidado com relação a quantidade consumida e frequência.
Suplementos podem substituir a alimentação?
O ideal é que os suplementos, como o próprio nome diz, suplementem/complementem aquilo que é necessário e não se alcança com uma alimentação balanceada e variada. A prescrição de suplementos deve ser feita por médico ou nutricionista, a partir da real necessidade do indivíduo. A avaliação a partir do seu histórico clínico, hábito alimentar, hábitos de vida e resultados de exames bioquímicos.
Fonte: assessoria de imprensa