Dia Mundial de Combate ao Câncer: 5 atitudes que ajudam a evitar a doença
4 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, destaca a importância da conscientização sobre a prevenção, o diagnóstico precoce e o apoio aos pacientes.
O câncer se refere a um grupo de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado das células. Nesse sentido, Dr. Ramon Andrade de Mello, oncologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, afirma que a genética não é determinante para o câncer.

“No câncer, surgem alterações no DNA das células, que passam a receber instruções erradas para desenvolver as suas atividades. Essas alterações podem ocorrer em virtude de maus hábitos de vida, além do que é herdado. Os fatores ambientais têm grande importância no desenvolvimento da doença”,
Dr. Ramon Andrade de Mello

O médico explica cinco atitudes que ajudam a evitar a doença:

Melhorar a dieta 

Segundo o médico, as chamadas doenças metabólicas (obesidade, diabetes, hipertensão, colesterol alto e triglicerídeos altos) são consideradas um fator-chave no início e na progressão de muitos tipos de câncer e podem ser influenciadas pela dieta.

Afinal, a obesidade, componente da síndrome metabólica, está ligada à inflamação crônica que contribui para ao menos 13 tipos de câncer. Mulheres obesas têm até três vezes mais risco de câncer endometrial e 2,5 vezes mais de câncer renal. Desse modo, o excesso de gordura abdominal eleva a inflamação, o açúcar no sangue e o IGF-1, fatores associados ao câncer.

Disfunção metabólica
“Os mecanismos podem ser diferentes para diversos tipos de câncer, mas a disfunção metabólica é o denominador comum”, explica. Evitar o sobrepeso, aumentar o consumo de vegetais e frutas, ricos em polifenóis e substâncias antioxidantes, e fibras, que melhoram a saúde intestinal, além de praticar atividade física, são atitudes que ajudam a evitar o câncer, segundo o médico.

Cuidar da saúde mental 

Embora não haja evidência científica claramente comprovada, o médico explica que alguns trabalhos da literatura falam que o estresse pode estar associado ao desenvolvimento do câncer e como o indivíduo responde aos medicamentos.
“O equilíbrio da saúde mental é essencial para a qualidade de vida. Fatores emocionais podem influenciar indiretamente o risco de câncer por meio de hábitos não saudáveis e são fundamentais no tratamento, especialmente com o apoio de familiares e amigos”, diz o médico.

Apagar o cigarro

O tabagismo é um dos principais responsáveis pelo câncer de pulmão.
“O cigarro possui mais de 50 elementos carcinogênicos, ou seja, que podem ajudar no desenvolvimento do câncer. Além disso, a nicotina é responsável pelo ‘vício’ no cigarro. Por isso, o risco do câncer de pulmão. Mas o cigarro pode estar associado ao risco adicional de câncer de bexiga, câncer de cavidade oral, câncer de colo de útero entre outros.
As substâncias “cancerígenas” presentes no cigarro quando expostas em excesso aumentam as chances de desenvolvimento de tumores malignos”, diz o médico. O vape ou cigarro eletrônico também aumenta esse risco.

O vape tem risco de suscetibilidade adicional de câncer similar ao cigarro, ou até mesmo maior do que o cigarro por conta dos produtos químicos presentes no vapor inalado

Atentar-se ao ar que respira 

.Poluentes do ar, comuns em grandes cidades, aumentam o risco de câncer, especialmente de pulmão. Substâncias de fábricas, carros e aviões podem danificar células e causar tumores malignos.
“Pensando em poluição, normalmente, ela está relacionada ao câncer de pulmão (poluentes da atmosfera), câncer de estômago (fumaça de carvão de churrasco) e câncer de sangue (poluentes vindos das radiações ionizantes)”, diz. A melhor maneira de se proteger, segundo o oncologista, é evitar locais com grande quantidade de poluentes e usar máscaras.

Não consumir álcool 

Primeiro, uma informação que precisa ficar clara: não existe dose segura recomendada para o álcool.

O álcool é uma substância cancerígena sem dose segura definida, associada a câncer de cabeça e pescoço, colorretal, fígado e mama. Ele pode danificar células e o DNA, causar inflamação e estresse oxidativo, favorecendo o desenvolvimento do câncer.

Fonte: *Dr. Ramon Andrade De Mello: oncologista em São Paulo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, pesquisador honorário da Universidade de Oxford e sênior do CNPQ. Pós-doutor no Royal Marsden (Inglaterra), doutor em Oncologia Molecular (Universidade do Porto) e vice-líder do Mestrado em Oncologia da Universidade de Buckingham.

Com MBA em gestão de saúde (FGV), é professor da UNINOVE, membro do Conselho da European School of Oncology, autor de 4 livros e mais de 122 artigos científicos. Atua no Hospital Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Unimed Bauru. Instagram: @dr.ramondemello.”