O país vem passando por uma séria crise econômica, o que impede muitos brasileiros de viver adequadamente. No quesito alimentação, as pessoas tendem a pensar que a falta de dinheiro pode ser um impeditivo para se comer de maneira saudável, haja visto que o senso comum acredita que apenas alimentos caros compõem uma dieta que visa à boa saúde. Rodrigo Polesso, idealizador do site emagrecerdevez.com, especialista em emagrecimento e certificado em Nutrição Otimizada e Saúde e Bem-estar pela Universidade Estadual de San Diego, contesta essa tese e sugere 10 dicas para quem deseja manter o peso de forma saudável ou emagrecer corretamente sem gastar muito dinheiro.

Antes das sugestões, deve-se lembrar que Polesso é adepto do conceito de “Alimentação Forte”, que defende, entre outras coisas, que as pessoas consumam “alimentos de verdade” (carnes, legumes, folhas,  gorduras naturais, etc) e não aquilo que ele chama de “substâncias comestíveis”, ou seja, refinados, processados e industrializados, tais como açúcares, adoçantes artificiais, farináceos, massas e óleos vegetais. Nesse sentido, as indicações do especialista em emagrecimento são de alimentos naturais, de alto teor nutritivo, mas com o preço que caiba na maioria dos bolsos.

Órgãos de animais. Esta é a primeira dica oferecida por Polesso. Entre eles: fígado, coração, rim e moela. “Muita gente torce o nariz para esse tipo de alimento, mas órgãos vêm sendo aproveitados por nós seres humanos ao longo da história e são muito baratos. Além disso, são muito nutritivos e eficazes para quem deseja emagrecer. Fígado, por exemplo, é o alimento de maior densidade nutricional existente e muita gente não sabe”, explica.

Outra dica de alimento nutritivo cujo preço não pesa no orçamento é a carne moída. “Você pode escolher o tipo de sua preferência”, diz Polesso. Carnes de cortes mais duros também são boas sugestões para quem deseja se alimentar de maneira saudável sem gastar muito. “Basta um esforço maior para cozinhar a carne de forma apropriada a fim de ‘derrete-la’ e aproveitar o sabor e a nutrição”, recomenda.

Para quem não gosta de carne bovina, o frango é uma ótima opção, segundo Polesso. “E nem me refiro ao peito, que é a parte mais cara e, na minha opinião, a mais seca e menos saborosa. Asa, coxa e sobrecoxa são mais baratas e deliciosas”, afirma. A carne de porco é outra excelente alternativa para quem não é muito fã de carne bovina. E não precisa ser o pernil. “Alguns cortes de porco, que são menos nobres, como a costelinha de porco, são extremamente saborosos e mais fáceis de preparar”, destaca o especialista.

Em relação à procedência da carne, Polesso afirma que não é preciso, necessariamente, procurar alimentos com certificações. Segundo o especialista, entre carnes “premium” e normais não há uma grande diferença nutricional e o preço de uma é bem mais caro do que da outra. Sem falar que o Brasil é um país de sorte, pois a maioria das carnes bovinas são a pasto e não confinadas, o que, em tese, as torna mais seguras para o consumo, já que os animais são criados mais livres e de forma mais natural, sem tantos hormônios ou antibióticos.

Da mesma maneira, de acordo com Polesso, os legumes e folhas consumidos em uma dieta nutritiva e de baixo custo não precisam ser orgânicos, certificados, hidropônicos ou de estufa. “Tente priorizar na sua feira os alimentos que estão em oferta. Nesse sentido, fique de olho na estação atual de verduras, legumes e frutas.”, recomenda. Se a preocupação com o uso de produtos químicos nos alimentos é um obstáculo intransponível, o especialista sugere a procura por vegetais cuja produção dispensa agrotóxicos, como: cogumelos, abacate, abacaxi etc.

Caso carne bovina, suína ou de frango não satisfaçam as necessidades e peixes e frutos do mar sejam imprescindíveis para a dieta, é possível garimpar alimentos mais baratos do que aquele camarão pistola ou salmão selvagem. “O salmão de fazenda, por exemplo, além de ter um custo mais acessível, apresenta quase o mesmo perfil lipídico do que o salmão selvagem assim como outros peixes menos nobres e frescos da área”, explica Polesso.

Ovos também não podem faltar na mesa de quem pretende se alimentar de modo saudável e gastando pouco. “Tudo bem, hoje em dia existe uma imensa variedade de ovos, – gourmet, orgânicos, certificados – mas não é preciso comprar esses tipos. Se o impacto no orçamento for alto, adquira os normais, de granja mesmo.”, afirma Polesso, destacando que o ovo é uma fonte completa de proteínas e de gorduras essenciais.

A última dica apresentada por Polesso refere-se à gordura utilizada para cozinhar os alimentos. Não é preciso comprar um óleo de coco virgem para se manter saudável. O azeite de oliva é suficiente e nem precisa ser o mais caro, conforme o especialista. Outra boa alternativa é a banha de porco ou o sebo da vaca. “Fuja apenas dos itens mais baratos como os óleos vegetais (canola, soja, milho, semente de algodão etc.). São todos pró-inflamatórios, oxidando facilmente quando você cozinha”, diz

Polesso reitera que comer barato não significa comer mal. “Veja, a alternativa ao filé mignon e ao salmão selvagem não é o biscoito recheado e nem o sanduíche de bauru com presunto.”, brinca. Conforme o especialista em emagrecimento, alimentos mais densos nutricionalmente geram maior saciedade, o que, por sua vez, fazem a pessoa comer em menor quantidade e gastar menos. Por fim, Polesso afirma que comer de maneira saudável não é caro. “O que é caro é viver mal, viver doente, viver acima do peso”, conclui.

 

Fonte: assessoria de imprensa