Muitas pessoas desconhecem a importância do ferro para a saúde humana. Considerado um dos minerais mais abundantes no planeta, ele está presente nas hemácias e na hemoglobina, que são as células responsáveis por transportar o oxigênio no organismo.
“Trata-se de um mineral essencial na composição do corpo humano”, destaca a nutricionista Fabiana Poltronieri, doutora em ciência dos alimentos pela USP e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região SP-MS. Ela explica que “o metabolismo do organismo é muito integrado, quando a concentração de hemoglobina é baixa, também fica reduzida a eficiência do transporte do oxigênio do pulmão. Como consequência, temos prejudicadas não só a capacidade laboral, como também a força muscular e a qualidade de vida.”
Tipos de ferro e quantidade ideal de consumo
A nutricionista Fabiana Poltronieri explica que há diferentes tipos de ferro. “O ferro-heme, encontrado apenas nas carnes, é absorvido de maneira intacta e tem alta biodisponibilidade. Contudo, vale ressaltar que o organismo tem um fator de proteção que regula o aproveitamento do ferro.”
Já os vegetais possuem apenas o ferro não-heme, que é encontrado nas leguminosas (feijão, lentilha), vegetais folhosos verde-escuro (espinafre, rúcula, couve) e não tem a mesma biodisponibilidade. “Para melhorar o aproveitamento do ferro não-heme, é fundamental consumir conjuntamente alimentos que contenham vitamina C, como a goiaba, o caju e a laranja”, orienta a nutricionista.
A especialista alerta que “alimentos como leite e derivados são ricos em cálcio, que compromete a absorção do ferro pelo organismo. O mesmo acontece com o excesso de fibras, que também pode prejudicar a absorção de ferro presente nos vegetais”, diz Fabiana.
Para que o corpo humano não sofra com a escassez de ferro, há uma quantidade ideal do mineral a ser consumida, que varia de acordo com a faixa etária e o estado fisiológico:
Até os 6 meses de idade: 0,27 mg de ferro ao dia;
De 7 a 12 meses: 11 mg/dia;
De 1 a 3 anos: 7 mg/dia; De 4 a 8 anos: 10 mg/dia;
De 9 a 13 anos, 8 mg/dia;
De 14 a 18 anos: 11 mg/dia (homens) e 15 mg/dia (mulheres);
De 19 a 50 anos, 8 mg/dia (homens) e 18 mg/dia (mulheres);
Após os 51 anos, 8 mg/dia
Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA)
Além do ferro, a nutricionista lembra sobre a importância de se ter uma alimentação rica e balanceada. “Não há um alimento mágico ou um nutriente mais importante. É preciso focar na variedade de grupos de alimentos, e por isso as dietas restritivas não são recomendadas para a população. Apenas em caso de doenças as dietas restritivas são adotadas”, alerta Fabiana.
A nutricionista conclui: “o que se deseja é uma população com acesso à alimentação de qualidade e quantidade adequadas, respeitando seus hábitos culturais e regionais. No Brasil, por exemplo, uma refeição comum é o arroz, feijão, carne e salada: todos precisam ter direito e acesso a esses alimentos.”
Fonte: assessoria de imprensa