O neurologista Denis Bichuetti, membro da ABN (Academia Brasileira de Neurologia) e diretor editorial da ABNews, comenta que os alimentos do estudo foram espinafre, couve, alface e grãos. O trabalho começou em 2004 e terminou em 2017. Aquelas pessoas que consumiam mais alimentos verdes escuros, com caule ou grãos, em 2004, apresentaram menor desenvolvimento de demência em 2017 do que aquelas que comiam menos. A análise foi controlada para evitar que fatores como sedentarismo, obesidade, tabagismo e doenças clinicas influenciassem no resultado, demonstrando que só a alimentação já é um fator protetor.
Denis ressalta a importância da alimentação e afirma que evitar gorduras, carnes, frituras e refrigerantes é essencial para ter um cérebro saudável.
“É preciso comer determinadas porções de frutas, verduras e legumes por dia e evitar excesso de carne, gordura, frituras e refrigerantes, pois esses últimos são tóxicos para o organismo. De certa forma, quanto mais conservantes for consumido, mais será acelerado o envelhecimento”.
Outros conselhos para manter o cérebro em forma é praticar atividade física e dormir bem, pois “tanto o exercício como o sono regular atrasam o declínio cognitivo. Agora a privação de sono, mau cuidado com a saúde e sedentarismo, pelo contrário, fazem com que o declínio cognitivo seja mais rápido ou aconteça mais cedo do que em pessoas que se cuidam.”
Segundo Denis, é raro que alguém desenvolva demência, por exemplo, aos 40 anos, mas enquanto o grupo que cuida da saúde pode apresentar problemas aos 80, no outro, que não tem preocupação com o corpo, as enfermidades poderão aparecer aos 70, 75.
“Aquilo que o indivíduo faz aos 40 anos influencia na saúde ou envelhecimento cerebral dos 70. O que você faz aos 20, 30, 40 anos influenciará seu organismo aos 70, 80, 90 anos. Quando o indivíduo desenvolve Alzheimer, ou quando o indivíduo, já aos 80 anos, apresenta problema no joelho, quando ele já está sem resistência muscular, não há muito o quê fazer, não é possível voltar atrás. Então, cuidar bem do corpo hoje interfere na qualidade de vida futura”.
Para Denis Bichuetti esses estudos são essenciais para que a população que hoje tem 20, 30 anos possa envelhecer de forma saudável, pois a expectativa de vida será de 80 anos e nessa idade nenhum medicamento fará diferença. Portanto, é preciso cuidar bem do seu corpo hoje.