O uso de óleos essenciais como uma abordagem complementar no tratamento do Alzheimer tem ganhado atenção tanto da comunidade científica quanto dos cuidadores de pacientes. Essa terapia alternativa, que já é popular em outros contextos de saúde e bem-estar, começa a ser vista como uma ferramenta possível na luta contra a doença neurodegenerativa, que afeta milhões de pessoas no mundo.
Estudos
A aromaterapeuta fundadora da Harmonie Aromaterapia, Daiana Petry, aponta estudos que ajudam a vislumbrar uma realidade onde a aromaterapia terá espaço importante nesses tratamentos. Estudos recentes sugerem que certos óleos essenciais podem ter propriedades neuroprotetoras, anti-inflamatórias e antioxidantes, características essenciais para combater os efeitos devastadores do Alzheimer. Um estudo publicado no Journal of Alzheimer’s Disease em 2020 destacou o potencial do óleo essencial de lavanda, conhecido por suas propriedades calmantes, na redução dos sintomas de ansiedade e agitação em pacientes com Alzheimer. “A pesquisa mostrou que a inalação do óleo essencial de lavanda por um grupo de 60 pacientes resultou em uma redução significativa da agitação, melhorando a qualidade de vida desses indivíduos”, reforça Daiana.
Laranja-Doce e Lavanda
Outro estudo clínico realizado com 28 idosos com demência, dos quais 17 apresentavam Alzheimer, avaliou a eficácia de uma intervenção com Aromaterapia para melhora dos sintomas dos distúrbios cognitivos. O protocolo terapêutico utilizou os óleos essenciais de laranja-doce e lavanda através da aromatização ambiental, durante a noite, e dos óleos essenciais de alecrim e limão, durante o dia, durante o período de 28 dias. “Como resultados, o estudo indica que houve alguns pontos de ligeira melhora da função cognitiva, como a capacidade de formar ideias abstratas de compreensão conceitual e de reconhecimento, e alguma melhora nos movimentos”, avalia a aromaterapeuta.
Em 2020, um estudo pré-clínico o óleo essencial de limão reduziu a acetilcolinesterase e a degeneração do sistema colinérgico, fornecendo a primeira evidência de que a inalação do óleo essencial de limão pode restaurar de forma parcial a plasticidade sináptica cerebral no hipocampo, ou seja, a capacidade de conexões entre os neurônios, causando significativa melhora na memória.
Estágio experimental
No entanto, apesar das descobertas promissoras, é importante destacar que o uso de óleos essenciais no tratamento do Alzheimer ainda está em estágio experimental. “Especialistas alertam que, embora os resultados iniciais sejam encorajadores, mais estudos clínicos em larga escala são necessários para confirmar a eficácia e segurança desses tratamentos. Além disso, a variabilidade na qualidade dos óleos essenciais disponíveis no mercado e a falta de padronização nas dosagens utilizadas são desafios a serem superados”, aponta Daiana Petry.
O Alzheimer é uma doença complexa e multifacetada, e não existe uma cura ou tratamento único eficaz para todos os pacientes. Nesse contexto, os óleos essenciais podem representar uma ferramenta complementar, oferecendo uma abordagem holística que considera o bem-estar geral do paciente. Contudo, deve-se ter cautela e sempre consultar um profissional de saúde antes de incorporar esses produtos na rotina de tratamento, garantindo que eles sejam usados de forma segura e eficaz.
Tratamento mais abrangente
Então, enquanto a ciência avança e novas terapias são exploradas, os óleos essenciais permanecem uma área de interesse que merece atenção contínua. Ou seja, tanto na pesquisa quanto na prática clínica. A esperança é que, no futuro, essas substâncias possam se integrar a um plano de tratamento mais abrangente. Assim, proporcionando aos pacientes com Alzheimer e suas famílias novas formas de enfrentar os desafios impostos pela doença.
Daiana, inclusive, reuniu grande parte de seus estudos em “Psicoaromaterapia: Um caminho para o autocuidado”. Assim, este livro funciona como um guia para quem quer mergulhar nesse universo. A obra ainda ensina o leitor a gerenciar emoções como a ansiedade, a depressão e o estresse de forma natural.
O termo ‘Aromaterapia’ teve sua criação na década de 1920, por René-Maurice Gattefossé. Assim, ele permitiu que o estudo sobre os óleos essenciais se tornasse uma disciplina e que a sua aplicação terapêutica se tornasse uma terapia. Nesse sentido, o tratamento com Aromaterapia envolve uma consulta. Nesse sentido, a realização de uma análise para identificar o histórico médico e o estilo de vida do paciente. Assim, se prepara uma formulação personalizada de óleos para o tratamento.
Daiana Petry (@harmoniearomaterapia) é aromaterapeuta, perfumista botânica, naturóloga e especialista em neurociência. Fundadora da Harmonie Aromaterapia. Professora e coordenadora do Instituto de Aromaterapia Integrativa Daiana Petry.
Fonte: assessoria de imprensa