Alzheimer é uma doença degenerativa que corresponde de 60 a 80% das demências. Essa deterioração avança através dos danos nas células nervosas no cérebro, consequentemente levando a diminuição gradativa da linguagem, da memória e de outras habilidades voltadas as funções cognitivas, dificultando a realização das atividades corriqueiras (ALZHEIMER’S ASSOCIATION, 2015).

O estilo de vida e a ingestão dietética são consideradas fatores de proteção para a doença de Alzheimer (DA), tornando-se de grande interesse para cientistas, pois, as pessoas portadoras dessa patologia costumam apresentar uma redução nos hábitos alimentares a partir das condições físicas e mentais quando a doença avança. Ainda não há cura para a DA, entretanto existe as maneiras preventivas por meio de uma dieta balanceada e saudável.

A partir de pesquisas realizadas, percebeu-se que os níveis de ômega-3 são reduzidos com o decorrer dos anos, o que incentiva a busca de estudos que demonstrem a importância do consumo dessa gordura poli-insaturada. De acordo com os pesquisadores, o consumo de ácidos graxos poli-insaturados causam um efeito neuroprotetor no Alzheimer, além disso os estudos apontam um benefício correlacionado entre a DA e a ingestão de alimentos ricos em ômega-3 (FABRELIERE, et Al, 2000; YOUDIM MARTIN, JOEPH, 2000; COZZOLINO, COMINETTI, 2013; COOPER, 2014).

Realizou-se uma pesquisa pelo Chicago Heath and Aging Project com um total de 815 pessoas idosas com idades variando entre 65 a 94 anos sem nenhuma doença degenerativa, por um período de quase 4 anos. Introduziram nos pacientes uma alimentação que continha peixes uma vez por semana, essa refeição demonstrou uma queda de quase 60% do risco para evolução do Alzheimer baseando-se nos pacientes que não tiveram ingestão ou que ingeriram esporadicamente. O estudo então, relacionou a ingestão de ômega-3 a redução dos níveis de riscos na doença de Alzheimer (CANHADA, 2015).

A baixa ingestão alimentar de peixes e o estilo de vida da população pode gerar consequências, pois ocorrem as deficiências nutricionais que impulsionam os danos para a saúde dos indivíduos futuramente. O camarão também é considerado fonte de ômega-3 e seu consumo diário de 312 gramas leva a alcançar as recomendações de 1 grama de EPA e DHA por dia para homens e mulheres, uma vez que o corpo humano não sintetiza ômega-3, dependendo assim da ingestão alimentar (KRIS-ETHERTON et Al, 2003).

Em suma, os benefícios oferecidos pelo ômega-3 foram evidenciados através de estudos que recomendam o consumo de 2 vezes na semana de alimentos fonte, que como já citado tem uma ação protetora conta a doença (CONCEIÇÃO, 2017).

O poder da astaxantina

Evidências apontam que o consumo de carotenoides pode desempenhar papeis fundamentais na saúde humana prevenindo câncer e inibindo a atuação de doenças acometidas através dos radicais livres (Mal de Parkinson, Catarata, Alzheimer, infarto do miocárdio, derrame (AVC) e etc.) (Delgado-Vargas and Jiménez, 2000; John C. Leffingwell).

Os carotenoides são pigmentos encontrados na natureza nas cores vermelha, amarelo e laranja. Estão presentes em diversos seres vivos, desde os microrganismos até os animais. Bactérias, fungos, algas e plantas são capazes de produzir o pigmento, já os animais como crustáceos (camarões, lagosta e siri) aves (flamingos) e peixes (truta e salmão) o adquirem através da alimentação (Gordon et al, 1982; Valduga et al, 2009).

Eles possuem grupos de aproximadamente 700 representantes. Entre eles encontra-se a astaxantina que possui propriedades químicas definindo-o como um poderoso antioxidante, promovendo efeitos benéficos em várias patologias relacionada a danos oxidativos como a hipertensão, obesidade e câncer (Sies and Stahl, 2004).

Pesquisas realizadas demonstraram que a introdução de 1 mg/kg de astaxantina reduziu de forma significativa as metástases hepáticas, além de proteger o organismo contra os efeitos tóxicos de drogas anticancerígenas. Outro estudo realizado, também correlacionou a astaxantina a inibição do ganho de peso, consequentemente a melhora no desempenho de atividades físicas e queda nos níveis de triglicérides hepático e colesterol plasmático (Tripathi and Jena, 2008; Liang et al, 2009; Hix et al, 2005; Yanar et al, 2004).

A maior parte das pesquisas realizadas sugeriram que a introdução diária de 4mg de astaxantina traz os benefícios já citados acima, entre outros. Sugerem também que uma dieta baseada em crustáceos e salmão são capazes de suprir à quantidade de astaxantina para uma dieta saudável. De acordo com estudiosos, a ingestão de 260 gramas de camarão consegue suprir essa quantidade apontada por pesquisadores trazendo benefícios a saúde quando associados a hábitos saudáveis (Yanar et al., 2004).

 

Fernanda Bim de Arruda Leme é Gerente de Qualidade da Vivenda do Camarão