AVC (Acidente Vascular Cerebral): cuidados na alimentação e hábitos saudáveis ajudam na prevenção da doença

O colesterol alto pode trazer graves consequências à saúde´. Nesse sentido, especialmente o colesterol LDL (o “ruim”),  que é um fator de risco significativo para o acidente vascular cerebral (AVC). 29 de outubro é a data para a conscientização deste problema que podemos prevenir com algumas mudanças, como a alimentação e práticas saudáveis diárias.

Fatores genéticos

O colesterol alto pode ser determinado por fatores genéticos e ambientais, como hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade. Estima-se que 30% deste aumento estão relacionados a uma alimentação inadequada.

“Colesterol fora de controle é sinal de risco, principalmente para o coração, pois pode aumentar as chances de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou infarto. As doenças cardiovasculares são as principais responsáveis pelos óbitos no Brasil”, ressalta o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, Médico Nutrólogo e Presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia.

Estudo

Um novo estudo publicado na revista Nature Cardiovascular Research identificou que alguns fatores genéticos podem influenciar o risco de desenvolvimento de acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa realizou uma investigação profunda do gene HTRA1. Assim, comprovou que pessoas que herdam variantes específicas dele são consideravelmente mais propensas a sofrer a doença.

Depois de integrar informações clínicas e genéticas de grandes bancos de dados de saúde, os pesquisadores analisaram os efeitos de 78 variantes do HTRA1 e demonstraram que eles estão ligados a maior chance de derrames e doenças dos pequenos vasos cerebrais.

“O estudo é importante para entendermos exatamente quais genes têm ligação ao risco de AVC e, no futuro, sermos capazes de produzir medicamentos e tratamentos direcionados”, comenta Marcus Tulius, neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), da Dasa.

Controle e Prevenção

Uma mudança no Estilo de Vida pode reduzir de 10% a 15% destas taxas, com dieta adequada e atividade física regular, com uma alimentação rica em frutas, verduras, fibras. Além da ingestão de menos açúcar, gorduras trans e saturadas, produtos embutidos e industrializados.

Dieta Vegana

“Diversos estudos já demonstraram, por exemplo, que a redução do consumo de carne pode ajudar a diminuir o risco de doenças cardiovasculares. Afinal, tende a contribuir com a melhora de uma série de marcadores associados a uma saúde cardiovascular ruim, como altos níveis de colesterol ruim (LDL), resistência insulínica e obesidade”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Não é preciso adotar uma dieta estritamente vegana da noite para o dia. Simplesmente adicionar mais alimentos à base de plantas na dieta, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e aumentar a longevidade. Além disso, também é capaz de conferir benefícios como melhora da microbiota intestinal e redução do encurtamento dos telômeros, o que está relacionado ao processo de envelhecimento do organismo”, aponta Dra Marcella Garcez.

Exames

Para evitar problemas decorrentes da alta taxa de colesterol, é fundamental realizar exames para avaliar os níveis de colesterol regularmente. Além disso, ficar atento aos fatores de risco, que incluem sobrepeso, consumo de gordura saturada e bebidas alcóolicas em excesso, sedentarismo e estresse. Nesse sentido, também fatores intrínsecos como predisposição genética, idade e sexo.

“Para prevenir o problema e auxiliar no controle dos níveis de colesterol é importante então tomar alguns cuidados, como praticar atividades físicas regularmente e adotar uma dieta balanceada, que deve ser rica em fibras. Além disso, é recomendado evitar o consumo em exagero de gorduras, óleo, carne vermelha, laticínios e produtos industrializados. A diminuição do consumo de álcool e a interrupção do hábito de fumar também são fundamentais para manter os níveis de colesterol controlados”, recomenda a Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

“A redução do colesterol é uma das medidas mais importantes para promover a saúde geral do coração. Assim, infelizmente, poucas pessoas entendem as etapas essenciais para atingir essa meta. Além de reduzir a ingestão de determinados alimentos, o aumento do consumo de gorduras saudáveis e fibras também é essencial”, comenta o médico nutrólogo e cardiologista Dr. Juliano Burckhardt, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Então, seguem algumas sugestões

Evite as gorduras não saudáveis

O consumo de gorduras trans e saturadas deve ser evitado, pois pode prejudicar o organismo. Nesse sentido, favorecendo o aumento do perfil inflamatório e lipídico e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. “A ingestão de frituras de imersão e carnes gordas, por exemplo, deve ser reduzida, pois não fazem bem para circulação, aumentando a quantidade de colesterol nas artérias e favorecendo a aterosclerose”, diz a Dra. Aline Lamaita. Da mesma forma, se você está acima do peso devido ao consumo excessivo de gorduras, também corre um risco maior de colesterol alto.

Tome cuidado também com o excesso de açúcar

“Seja um comedor informado. Conheça os ingredientes e leia atentamente os rótulos nutricionais. Fique longe de alimentos que contenham fontes ocultas de açúcar, como xarope de milho com alto teor de frutose e algumas dextrinas”, conta o Dr. Juliano Burckhardt.

Adicione boas fontes de gordura à dieta

Vale lembrar que nem toda a gordura é ruim. “O azeite, a castanha, o abacate e os peixes, por exemplo, são ricos em gorduras benéficas para o organismo que favorecem o sistema circulatório e melhoram a qualidade de circulação, diminuindo o colesterol ruim e aumentando o colesterol bom”, aconselha a Dra. Aline.

Aposte em alimentos que ajudem a reduzir o colesterol

Segundo a Dra. Marcella Garcez, além das fibras, os fitosteróis, que estão presentes no azeite de oliva, linhaça, nozes, castanhas, peixes de água fria, chocolate amargo e abacate, também podem ajudar a reduzir os níveis de colesterol. Afinal, competem por receptores intestinais das moléculas de colesterol exógeno, reduzindo assim sua absorção.

“Aposte também em alimentos ricos em ômega 3, como o salmão e as sementes de linhaça e chia. Afinal, estes são responsáveis por prevenir doenças cardiovasculares. Além de evitar a formação de coágulos, diminuir os níveis de colesterol total e de LDL colesterol e aumentar as de HDL”, completa.