No próximo dia 15 de setembro, judeus de todo mundo celebram o Rosh Hashaná, o ano novo de 5.784, uma vez que a contagem no calendário judaico acontece a partir da data da criação do mundo. Trata-se de um dos momentos mais especiais da comunidade. Assim, marcado não só pelo espírito de renovação por mais um ciclo, como também pela fase de reflexão. Além disso, pela recordação e arrependimento nos oito dias que se seguem até o Iom Kipur, o Dia do Perdão, quando judeus fazem o juízo de suas ações ao longo do ano e recebem as bênçãos para o novo ciclo.
“Como são consideradas duas das principais datas do calendário judaico, é costume chamar esse período que compreende Rosh Hashaná e Iom Kipur de ‘Grandes Festas’. Nos dias em que as celebrações acontecem, muitos se reúnem nas sinagogas para rezar e ouvir o toque do shofar, instrumento feito de chifre de carneiro. Ele prenuncia a chegada de um novo ciclo. Além de chamar o povo hebreu à reflexão de suas ações ao longo do ano que passou, ao arrependimento e purificação para o novo ciclo”, explica Morris Kachani, diretor-executivo do Instituto Brasil-Israel (IBI).
“Em especial neste ano, em Israel, o momento é também de alguma tensão, devido aos protestos pela democracia, que acontecem sem pausa há 36 semanas”, afirma. “Na diáspora, as celebrações também ficam marcadas pela apreensão do que está acontecendo por lá.”
Festas repletas de simbolismos
A chegada do ano novo judaico é tradicionalmente marcada pela reunião da família em um jantar com diversos alimentos simbólicos. “Na farta mesa não pode faltar a maçã com mel, que simboliza o desejo por um ano bom e doce. A chalá, o pão em formato trançado que se come às sextas, no dia do descanso, o Shabat, ganha formato especial, em espiral, que representa a continuidade e o anseio de um ano sem conflitos”, descreve Kachani.
À mesa judaica também é costume encontrar romãs. Afinal, elas traduzem o desejo de méritos tão numerosos quanto suas sementes, e peixes, animal que sempre nada para frente.
No Dia do Perdão, o Iom Kipur, que ocorre oito dias depois, a mesa farta e simbólica dá lugar ao dia de absoluto jejum e abstenção de tudo aquilo que não seja o essencial da vida. “Esse jejum dura aproximadamente 25 horas. Ele representa uma forma de elevar o espírito e purificar a alma, diante do arrependimento pelas ações erradas, desvios e omissões que cometemos ao longo do ano”, destaca o Morris Kachani.
O período das Grandes Festas termina com o toque final do shofar nas sinagogas, como sinal de portas abertas para um novo e promissor ano. Assim, seguido pela quebra do jejum, novamente com a família reunida em volta da mesa para celebrar a vida.
Fonte: assessoria de imprensa
Leia também
Conheça a simbologia dos alimentos de Pessach