O Brasil é o maior produtor de café do mundo e o Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é o berço das principais variedades cultivadas no país. Cerca de 90% das cultivares de café plantadas no Brasil foram desenvolvidas pelo IAC.
No mundo existem diversas espécies de café, porém só duas são amplamente cultivadas, a do Coffea arabica e a Coffea canephora.
As bebidas de Coffea arábica, ou café arábica, como é popularmente chamada, são cafés que podem resultar em bebidas “nobres e complexas”, devido à grande quantidade de aromas e sabores que podem conter.
As bebidas do Coffea canéfora, mais conhecidas como robusta e o conilon, resultam em bebidas muito mais simples e mais amargas. Porém, ele é valorizado para a composição de blends e pela indústria de café instantâneo, por ser um grão mais barato, possuir mais cafeína e principalmente cor preta intensa.
No Brasil, o consumidor de café não dispõe de muitas ferramentas para escolher sua bebida, e, para isso, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) criou em 2004 seu Programa de Qualidade do Café – PQC, que oferece notas de Qualidade Global (QG) dos cafés vendidos no país, analisando-os pelos aromas e grau de intensidade.
O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), da Secretaria, tem um dos únicos laboratórios que certificam as bebidas oferecidas aos consumidores brasileiros, e podemos encontrar no mercado embalagens certificadas com os selos Bronze para cafés tradicionais, selo Prata para cafés Superiores e selo Ouro para cafés Gourmet.
Cafés especiais
Além de grande produtor quantitativo, o Brasil agora começa a trabalhar a qualidade e difundir a onda dos cafés especiais, que vem crescendo ano a ano, suprindo consumidores mais exigentes que buscam novas experiências com a bebida.
Para cafés especiais, absolutamente tudo faz a diferença e a ausência de defeitos passa a ser obrigação neste tipo de bebidas. Os atributos de qualidade do café abrangem uma ampla gama de conceitos, desde características físicas, variedades, cores e tamanhos, até preocupações de ordem ambiental e social, como os sistemas de produção e as condições de trabalho da mão de obra produtiva. Nesta categoria reina os cafés da espécie Arábica, que possuem maior gama de aromas e sabores.
Para fazer um bom café
O pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Daniel Gomes dá algumas dicas para fazer um bom café. A primeira coisa que precisamos é um “bom café”, se for “especial”, melhor. Caso não saiba a procedência ou qualidade dos produtos no mercado, ele sugere a escolha dos cafés do programa PQC e o consumo preferencialmente de bebidas classificadas como “Superior” ou “Gourmet”. “Você irá notar a diferença!”, afirma.
Segunda dica: caso seja um consumidor ávido pela bebida, prefira comprar grãos e moê-los na hora, para obter o máximo da bebida. Hoje em dia um moedor manual é muito acessível.
Terceira dica diz respeito à qualidade da água, evite as cloradas, pois reagem negativamente com os óleos essenciais da bebida. “Uma pergunta frequente é: podemos ferver a água? A resposta é sim, desde que levemente, e sempre deixe a água parar de borbulhar antes de usá-la”, diz.
Quarta dica: existe uma infinidade de métodos de preparo de café, porém a medida padrão que é quase unanimidade entre as marcas é: 4 a 5 colheres (sopa) para cada 1 litro de água, contudo, segundo os baristas, para um bom café esta medida pode ser dosada em 8 a 10% de café.
Quinta e ultima dica: cafés bons dispensam açúcar!