Hábitos alimentares mudam de tempos em tempos. O desenvolvimento de pesquisas sobre alimentação e sua relação com bem-estar, saúde e qualidade de vida associados à rápida disseminação de informações destes estudos está revolucionando a indústria alimentícia.
Há mais pessoas querendo comer bem, a fim de diminuir os riscos de desenvolver doenças que podem abreviar o tempo de vida. Com base nos novos perfis de consumidores, a indústria de alimentos busca soluções para atender uma demanda crescente.
Seguindo esta tendência, listamos alguns alimentos que estão em evidência. Além disso, como a indústria alimentícia tem recorrido à tecnologia para atender as necessidades e anseios de grande parte dos consumidores.
Plant Based
Até 2030, está previsto para o mercado global de alimentos à base de plantas um crescimento de cinco vezes em relação ao seu valor atual. Assim, atingindo a marca de US$ 162 bilhões, de acordo com um relatório recente da Bloomberg Intelligence.
O desafio para este mercado em ascensão, no entanto, é tornar o sabor dos alimentos à base de plantas o mais próximo possível daqueles que utilizam ingredientes de origem animal. Nesse sentido, também manter o alto teor proteico que estes possuem.
A solução para isso vem da junção da tecnologia com recursos naturais. A Novozymes, empresa dinamarquesa líder em biossoluções e sediada no Paraná, atua no desenvolvimento de soluções biológicas, como enzimas e microrganismos, para tornar esses alimentos mais saborosos ao paladar.
Elevados níveis de proteínas nos alimentos à base de plantas, podem causar aumento indesejado da viscosidade do produto, além de amargor alto. As enzimas produzidas pela empresa são capazes de transformar perfis de sabor. Assim, aumentando o dulçor e mascarando sabores residuais, típicos dessa matéria-prima. Além disso, proporcionar benefícios nutricionais e na textura dos alimentos, destaca Letícia Araújo, gerente de marketing do negócio de Alimentos e Bebidas da Novozymes.
Nos análogos de lácteos, por exemplo, com o uso de enzimas, é possível se aproximar do leite em relação à viscosidade e à textura, além de aumentar o sabor doce significantemente, sem açúcares adicionados ou edulcorantes.
Colágeno
O colágeno é uma das proteínas mais importantes para o corpo. Sua estrutura primária é formada a partir dos aminoácidos glicina, prolina e hidroxiprolina. As principais fontes de extração do colágeno são o tecido bovino, a pele suína e as fontes marinhas (peixes e outros invertebrados). O colágeno hidrolisado contribui com a melhora da pele, ajuda a aliviar dores nas articulações, pode impedir a perda óssea, age na massa muscular e promove a saúde do coração. Além disso, pode ser recomendado para pessoas que enfrentam problemas de saúde, como artrite, osteoporose e artrose.
Colágeno hidrolisado tem sido uma alternativa de fonte de proteína para a indústria de alimentos funcionais. Vários produtos lançados recentemente têm acrescentado colágeno em sua formulação devido às características do ingrediente. Um exemplo é o colágeno hidrolisado de peixe adicionado em bebidas como suco de laranja, por exemplo, apresentando melhora nas propriedades nutricionais e funcionais com maior teor de proteínas, biodisponibilidade e baixa viscosidade, além de alta solubilidade na água, destaca Letícia.
O colágeno hidrolisado é obtido através da desnaturação do colágeno nativo, processo térmico que implica na separação das estruturas da molécula, seguida pela hidrólise através de um processo enzimático que quebra as estruturas em partículas menores na presença de água. Suas propriedades funcionais (capacidade antioxidante, atividade microbiana e biodisponibilidade) estão relacionadas com a composição e o grau de hidrólise.
Aumento no consumo de vegetais
De acordo com a ADM (Archer Daniels Midland), líder global em nutrição humana e animal, aproximadamente 52% dos consumidores em todo o mundo estão adotando a dieta flexitariana. Dentro desse grupo, quase dois terços estão dando prioridade ao consumo de alimentos à base de plantas, o que está gerando uma crescente demanda por alternativas de proteína expandida.
A dieta flexitariana é uma abordagem flexível, na qual a maioria das refeições segue o padrão vegetariano, mas ocasionalmente permite a inclusão de alimentos de origem animal. É uma opção alimentar que tem ganhado popularidade entre aqueles que desejam reduzir o consumo de carne, mas sem abrir mão da liberdade de ocasionalmente desfrutar de produtos de origem animal. A dieta flexitariana é uma maneira de realizar uma transição gradual para o vegetarianismo ou o veganismo.
Além disso, a dieta flexitariana se baseia em um aumento no consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, grãos e alimentos não processados. Assim, sugerindo que pode trazer benefícios à saúde, como a prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e vários tipos de câncer.
Coquetéis e bebidas sem álcool
A tendência de bebidas sem álcool está ganhando popularidade e se tornando mais amplamente disponível. Conhecidos como ‘mocktails‘, essas alternativas oferecem um sabor tão delicioso e indulgente quanto às bebidas alcoólicas. Porém, não estão associadas aos efeitos negativos que frequentemente acompanham o consumo de álcool.
As cervejas sem álcool também estão ganhando espaço no mercado. De acordo com dados do Google Trends, as buscas por cerveja sem álcool bateram recorde no mundo em julho deste ano. Nos últimos cinco anos, a procura pelo assunto aumentou 80% globalmente e 60% no Brasil.
Segundo um estudo realizado pela Euromonitor International para o Sindicerv, Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, a produção de cervejas sem álcool ou com menor porcentagem dessa substância no Brasil foi de 390 milhões de litros no último ano. Para 2023, a expectativa é de alta de 24% no volume produzido.
Consumo consciente
A consciência do impacto da produção alimentar no ambiente está crescendo. Os consumidores procuram cada vez mais alimentos produzidos de forma sustentável. Além do foco adicional na minimização do desperdício de alimentos e no uso de ingredientes de origem local.
A dinamarquesa Novozymes entra também no segmento de panificação. A empresa desenvolve enzimas que reduzem o desperdício de pães nas famílias dos consumidores, uma vez que retardam o envelhecimento do produto, mantendo o pão macio e úmido por mais tempo. Desde o seu lançamento em 1990, as soluções evitaram que cerca de 80 bilhões de pães fossem descartados. Se esses pães fossem empilhados, daria para ir e voltar à lua dez vezes.
Fonte: assessoria de imprensa