Não é incomum encontrar pessoas que iniciaram uma dieta por conta própria e, como primeira mudança, cortaram pão, macarrão ou qualquer outro tipo de carboidrato à noite. Depois de um tempo, muitos desistem dessa ideia por não enxergarem os resultados na balança. Então, faz sentido não comer carboidrato à noite? Na verdade, em dietas de emagrecimento, o que importa é a redução da quantidade de calorias ingeridas durante o dia e não necessariamente o horário em que são consumidas.
Não adianta cortar os carboidratos à noite e compensar comendo mais desse macronutriente durante o dia. Para funcionar corretamente, o nosso organismo precisa de uma dieta equilibrada com proteínas, fibras, gorduras boas e também carboidratos. E somente cortar o carboidrato à noite não garante melhora na alimentação, principalmente se ele for substituído por outros excessos.
É importante também prestar atenção ao tipo de carboidrato que está sendo ingerido. Existem carboidratos de alto índice glicêmico, como pão francês, arroz branco, macarrão e doces, que são absorvidos rapidamente pelo organismo, transformando-se em açúcar e gerando picos de insulina no sangue, hormônio ligado ao acúmulo de gordura e outros problemas. Logo, o consumo excessivo desse tipo de alimento pode levar a doenças metabólicas como obesidade e diabetes, além de agravar os riscos de doenças cardiovasculares, inflamatórias, degenerativas e até neoplásicas.
Já os carboidratos complexos de baixo índice glicêmico, como arroz integral, macarrão integral, batata-doce e abóbora, por exemplos, são digeridos de forma mais lenta, além de possuírem um aporte nutricional maior, já que contêm mais vitaminas, minerais e fibras. Além disso, os carboidratos complexos podem melhorar a qualidade do sono, pois contribuem para a produção de serotonina, hormônio relacionado ao prazer e ao bem-estar ao dormir.
Mas, mesmo com os carboidratos complexos, a quantidade deve ser avaliada caso a caso, pois o excesso também pode causar sobrepeso. Por isso, o ideal, além de buscar as melhores opções, é saber dosar e manter o equilíbrio durante o dia, evitando o excesso de calorias e a sobrecarga de carboidrato em detrimento de proteínas, gorduras e fibras, ou o contrário. E para saber qual o melhor plano alimentar para sua necessidade, procure um especialista.
Fonte: Dra. Marcella Garcez – Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez