Em 31 de março, celebra-se o Dia da Saúde e Nutrição. Nesse sentido, a data é marcada pelo Ministério da Saúde para promover hábitos alimentares equilibrados, incentivando uma dieta baseada em alimentos naturais e minimamente processados.
Nos últimos anos, a busca por uma alimentação equilibrada cresceu no Brasil, melhorando a saúde da população. Assim, dados do Ministério da Saúde (2024) mostram um aumento de 40% no consumo de alimentos naturais e minimamente processados em cinco anos. O IBGE também aponta um crescimento de 25% no consumo de frutas e hortaliças desde 2019, enquanto a ingestão de ultraprocessados caiu 15%.
Esse movimento de conscientização está associado a iniciativas de educação alimentar e à disseminação de informações confiáveis sobre nutrição. O Guia Alimentar para a População Brasileira, atualizado em 2024, incentiva escolhas mais saudáveis, priorizando a comida de verdade.
“O crescimento do interesse por agricultura familiar e feiras orgânicas também reflete uma mudança de comportamento. Afinal, existem mais brasileiros optando por alimentos frescos e produzidos localmente”. Hugo Xavier, coordenador dos cursos de Nutrição e Gastronomia da Universidade Tiradentes (Unit).
No entanto, essa transformação enfrenta desafios, como o crescimento do chamado “terrorismo nutricional” nas redes sociais. De acordo com a professora Cristiani Brandão, especialista em Nutrição Clínica da Universidade Tiradentes (Unit), a propagação de informações alarmistas sobre alimentação pode levar as pessoas a adotarem dietas restritivas e prejudiciais.
“Isso gera medo e desconfiança, distorce o conhecimento científico e impacta negativamente a relação das pessoas com a comida”, alerta.
Nutrição é com nutricionista
Para combater esse fenômeno, o Conselho Federal de Nutrição (CFN) lançou a campanha “Nutrição é com nutricionista!“, incentivando a população a buscar orientação profissional baseada em evidências científicas.
Um estudo publicado em 2024 pelo IBGE revela que brasileiros que seguem dietas equilibradas têm 30% menos risco de desenvolver doenças crônicas, como diabetes, obesidade e hipertensão.
A educação alimentar também tem sido uma aliada nesse processo. Desde 2019, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tem reforçado a inclusão de frutas, legumes e hortaliças nas merendas, beneficiando milhões de crianças. Em 2024, uma atualização do programa estabeleceu que pelo menos 50% dos alimentos adquiridos devem ser de origem agroecológica ou orgânica.
Por outro lado, o impacto do terrorismo nutricional também é sentido na economia. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2024 aponta que o consumo de alimentos rotulados como “milagrosos” ou “vilões” tem impulsionado a venda de produtos sem comprovação científica, movimentando um mercado de suplementos e dietas restritivas que cresce cerca de 18% ao ano no Brasil.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância do acesso a informações confiáveis e da consulta com profissionais qualificados. Segundo Xavier, a educação alimentar é um dos pilares para uma população mais saudável e para a redução de doenças crônicas evitáveis.
“Investir em programas educacionais sobre nutrição, tanto em escolas quanto em ambientes de trabalho, pode ser essencial para consolidar hábitos alimentares saudáveis. Políticas públicas que promovem cursos, palestras e campanhas educativas têm mostrado resultados positivos na adoção de dietas equilibradas e na redução do consumo de alimentos ultraprocessados”, conclui.
A consolidação de hábitos saudáveis no Brasil exige educação, políticas públicas e combate à desinformação. Ao buscar fontes confiáveis e uma alimentação equilibrada, a população melhora a própria saúde e a coletiva. Hortas urbanas e feiras orgânicas também promovem a educação alimentar e hábitos sustentáveis
Fonte: assessoria de imprensa