O Carnaval é uma das festas mais aguardadas do ano, reunindo milhões de foliões em celebrações por todo o país. Então, para que a alegria não se transforme em problemas – especialmente de saúde -, é fundamental adotar práticas responsáveis e de consumo consciente de bebidas alcoólicas. Assim, a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) alerta que cerca de 36% das bebidas destiladas comercializadas no país são ilícitas, reforçando a importância dos cuidados com a procedência dos produtos.
Então, para garantir uma experiência segura e responsável, especialmente durante festividades como o Carnaval, é crucial que os consumidores estejam atentos à origem das bebidas. Além disso, adotem práticas de consumo responsável. Veja 5 dicas para ajudar a identificar bebidas ilegais:
Compre de fontes confiáveis:
Adquira bebidas alcoólicas apenas em estabelecimentos de confiança, garantindo que não sejam adulteradas.
Desconfie de preços fora do padrão:
Preços excessivamente baixos podem ser um sinal de produto ilegal. Evite ofertas que parecem boas demais para ser verdade.
Verifique o rótulo e selo de autenticidade:
Observe rótulos e selos, certificando-se de que estejam firmemente colados e com cores nítidas. Descarte produtos com rótulos desbotados ou descolando.
Atenção às características do líquido:
Verifique irregularidades, como coloração fora do habitual, volume anormal da garrafa ou partículas flutuantes no líquido.
Assegure-se de que o lacre de segurança esteja intacto.
Impacto e consequências
Bebidas ilícitas podem conter substâncias tóxicas que trazem graves riscos à saúde. Além disso, a compra e o consumo dessas bebidas alimentam o mercado ilegal, que prospera por meio da distribuição de produtos falsos e sem padrão de qualidade.
Álcool e carnaval
“As evidências científicas mais recentes indicam que não há um nível seguro para o consumo de bebidas alcoólicas. Mesmo quantidades consideradas moderadas podem estar associadas a riscos significativos para a saúde física e mental”, diz a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
“Evitar o consumo de álcool deve ser um compromisso constante, até porque dentre os principais perigos do consumo de bebida alcoólica está o câncer. Beber não significa que você definitivamente terá câncer, mas o risco é maior quanto mais álcool você bebe”, explica o médico Dr. Ramon Andrade de Mello, oncologista e clínico-geral de São Paulo. “Para aqueles que optam por consumir álcool, é fundamental fazê-lo com extrema moderação e estar ciente dos potenciais riscos envolvidos. A melhor forma de evitar a ressaca é o consumo moderado ou a abstinência de álcool”, completa a médica.
Segundo o Dr. Ramon, um dos perigos agudos da bebida é a intoxicação alcoólica ou embriaguez. “Essa é uma condição temporária causada pelo consumo de álcool, que pode evoluir para casos graves, com perda de consciência, incapacidade de controle dos movimentos do corpo, coma e até mesmo a morte”, explica o médico.
“Já a ressaca é uma resposta do organismo ao consumo excessivo de álcool, caracterizada por desidratação, alterações metabólicas, inflamação e desconforto geral. Pessoas que têm intoxicação leve ou moderada pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas podem sofrer a chamada ressaca, um conjunto de sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos, retenção hídrica e indisposição física, que pode durar um ou dois dias”, destaca a Dra. Marcella.
“É importante pontuar que, independentemente do teor alcoólico, as bebidas mexem com o organismo, acometem o fígado, desregulam o sono e aumentam a vontade de alimentos mais gordurosos, além de causar desidratação”, diz o clínico-geral e oncologista de São Paulo.
Ressaca
A endocrinologista Nathalia dos Santos, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, orienta os foliões de plantão neste carnaval: é possível evitar a ressaca.
‘‘O ideal é comer antes de começar a beber. Beber devagar e só depois de ingerir alimentos ricos em proteínas e carboidratos. Desse modo, isto diminui a velocidade de absorção do álcool, dando tempo para o fígado metabolizar o álcool que vai sendo consumido. Assim, beber muita água antes, durante e depois de consumir álcool. Nesse sentido, não se esqueça de intercalar a bebida alcoólica por uma não alcoólica (água, refrigerante, suco)”.
Nathalia dos Santos