Dia Mundial da Obesidade (4.03): 20% de todos os cânceres possuem relação direta com a alimentação

Ter uma dieta rica em alimentos que contribuam com o sistema imunológico é fundamental em todos os pilares da vida, sem distinção de faixa etária. A partir dela, é possível evitar a obesidade, prevenir doenças – incluindo o câncer -, ter uma melhor qualidade de vida e diversos outros benefícios.

Considerando a relação entre alimentação e aumento no risco de incidência de câncer, para aqueles que desejam investir em mudanças de hábitos que efetivamente favoreçam seu bem estar, é importante ter bom senso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se os fatores de risco não fossem aplicados pelos pacientes no dia a dia. Dentre eles, é possível citar: má alimentação, sedentarismo, ingestão de bebidas alcóolicas, alimentos ultraprocessados, entre outros.

Além disso, de acordo com uma análise global recente publicada na revista The Lancet, feita em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas estão vivendo com obesidade no mundo. A pesquisa, realizada no período entre 1990 e 2022, mostrou que esse número mais que dobrou nos adultos e quadruplicou nas crianças, representando 879 milhões e 159 milhões de pessoas com obesidade, respectivamente. Em 1990, o estudo apontou que 195 milhões de adultos estavam obesos, enquanto 31 milhões de crianças e adolescentes apresentam a condição.

Riscos

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números da doença tendem a crescer nos próximos anos. E esse fator vem ainda acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população. Ao todo, cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade, sendo os mais comuns, os de fígado, mama, tireóide, ovário, rim, pâncreas e estômago.

E essa é uma realidade que tende a evoluir de forma negativa: até 2025 serão 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso (4,6% do total) segundo o estudo epidemiológico, feito em colaboração com a Harvard University (Estados Unidos) e publicado em 2018.

“A obesidade é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, devido a diminuição do número de fumantes, é esperado que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais comum. E além do câncer, vale lembrar que podemos evitar outros problemas. Assim como, diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares a partir de medidas simples para controle do excesso de peso”, comenta Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas.

Prevenção

Segundo o especialista, é imperativo o desenvolvimento de políticas públicas focadas em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco saudáveis. Nesse sentido, evitar a ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em excesso. “Fast Food, salgadinhos de pacote, embutidos, sucos de caixinha, refrigerantes e ultraprocessados em geral são os responsáveis pelo aumento da incidência de sobrepeso e obesidade entre a população nos mais diversos países, inclusive o nosso. Estes fatores elevam os riscos de incidência de câncer e devemos evitar em todas as fases da vida”, explica.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou em 2016, através de diversos estudos, evidências comprovando que a ausência de gordura corporal excessiva reduz o risco de câncer. Contudo, a OMS estima que 20% de todos os cânceres possuem alguma relação com a obesidade.

O médico reforça ainda que manter uma alimentação equilibrada é a chave para a diminuição da progressão dos casos de câncer. “A dieta saudável é aquela que o indivíduo tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo. Nesse sentido, que tenha um cardápio composto de alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca. Além de limitar o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas. Assim como,  a ingestão de bebidas açucaradas e alcoólicas em geral”, finaliza o Dr. Daniel Gimenes.

Fonte: assessoria de imprensa