Em 8 de agosto é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, data criada para conscientizar a população sobre os riscos dos altos níveis de colesterol no sangue, um dos principais inimigos quando se trata de saúde vascular.
“O colesterol é um tipo de lipídio naturalmente produzido pelo organismo, mas que também deve ser obtido através da alimentação, afinal, é fundamental para o funcionamento de nosso corpo, sendo responsável por funções como garantir a produção dos hormônios sexuais e da Vitamina D. Porém, apesar de indispensável para o organismo, o colesterol em excesso pode trazer algumas complicações, principalmente para a saúde vascular”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. “As consequências de um colesterol alto são: formação de placas de gordura na parede dos vasos e com isso vai diminuir o fluxo sanguíneo nessa parede desse vaso, aumentando o risco de trombose no vaso, de hipertensão, de infarto, de AVC, ou seja, de doenças cardiovasculares”, acrescenta a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio De Janeiro (SCMRJ).
Mas é importante ressaltar que nem todo colesterol é igual. Na verdade, existem dois tipos de colesterol: o colesterol bom (HDL), que é responsável por retirar o colesterol das artérias e transportá-lo até o fígado para ser quebrado, e o colesterol ruim (LDL), este sim responsável por uma série de problemas. De acordo com a especialista, a complicação mais comum decorrente dos altos níveis de colesterol ruim no sangue é a formação de placas de gordura nas artérias que causam o endurecimento e entupimentos dos vasos sanguíneos, condição conhecida como aterosclerose. Com a passagem do sangue pelos vasos dificultada podem ocorrer uma série de doenças vasculares, incluindo derrames, infartos e até mesmo morte súbita.
“O grande problema dos altos níveis de colesterol no sangue está no fato de ser uma questão silenciosa: o colesterol aumentado pode não causar sintoma nenhum, entupindo a artéria aos poucos. Então, em alguns casos, a primeira manifestação da alta do colesterol é um infarto ou derrame, não existindo muito o que fazer para prevenir. É uma doença que vem silenciosa e quando se manifesta já causa um problema sério”, alerta a médica.
Logo, para evitar problemas decorrentes da alta taxa de colesterol, é fundamental realizar exames para avaliar os níveis de colesterol regularmente e ficar atento aos fatores de risco, que incluem sobrepeso, consumo de gordura saturada e bebidas alcóolicas em excesso, sedentarismo e estresse, além de fatores intrínsecos como predisposição genética, idade e sexo. “Para prevenir o problema e auxiliar no controle dos níveis de colesterol é importante então tomar alguns cuidados, como praticar atividades físicas regularmente e adotar uma dieta balanceada, que deve ser rica em fibras. Além disso, é recomendado evitar o consumo exagerado de gorduras, óleo, carne vermelha, laticínios e produtos industrializados. A diminuição do consumo de álcool e a interrupção do hábito de fumar também são fundamentais para manter os níveis de colesterol controlados”, recomenda a Dra. Aline Lamaita.
“A maioria dos pacientes que tem uma tendência a colesterol alto tem um histórico familiar importante de pai ou de mãe que também apresentam colesterol alto. Por isso que esses pacientes vão precisar de remédio em algum momento da vida. E precisamos conscientizar esse paciente, quando ele precisa de medicação, de que ele não pode parar. Se ele parar o remédio, o colesterol vai subir novamente. Esse é nosso grande desafio, porque como é uma doença silenciosa e muitas vezes o paciente para a medicação quando esse colesterol chega no nível normal”, destaca a Dra. Deborah.
Porém, para aqueles que já apresentam níveis de colesterol acima do recomendado, é fundamental consultar um médico regularmente, afinal, a intensidade do controle do colesterol, com o uso de medicamentos ou apenas com a adoção de uma alimentação balanceada, depende do risco cardiovascular de cada indivíduo, variando de caso a caso.
*Dra Aline Lamatta: Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine, a médica é formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2000) e hoje dedica a maior parte do seu tempo à Flebologia (estudo das veias). Curso de Lifestyle Medicine pela Universidade de Harvard (2018). A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. RQE 26557. Instagram: @alinelamaita.vascular
*Dra R. Deborah Beranger: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio De Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger