Dia Nacional da Saúde (5.08): adotar uma alimentação saudável pode prevenir doenças

A alimentação tem impacto direto na saúde. Afinal, tudo o que comemos afeta desde o funcionamento básico do corpo até o risco de desenvolver doenças. Já que 5 de agosto é o Dia Nacional da Saúde, vamos entender como podemos melhorar nossa saúde por meio da alimentação.

Práticas alimentares saudáveis

Adotar práticas alimentares saudáveis que favoreçam o equilíbrio nutricional e a prevenção de doenças é uma estratégia eficaz.

”Com uma alimentação balanceada, rica em vitaminas e minerais, os benefícios para a saúde são imensos. Além de proporcionar o fortalecimento do sistema imunológico e prevenção de diversas doenças”.
Nutricionista Júlia Canabarro

Obesidade

O Dr. Leone Gonçalves, nutricionista e especialista em medicina ortomolecular, aponta que uma das grandes epidemias e desafios de saúde pública do século XXI no Brasil e no mundo é a obesidade:

“A obesidade representa o problema nutricional de maior crescimento na população observado nos últimos anos, sendo considerada uma epidemia mundial, presente nos países desenvolvidos e também naqueles em desenvolvimento. Nos últimos 30 anos nenhum país conseguiu elaborar estratégias para reverter a epidemia de obesidade de forma consistente”.

Segundo a Abeso, no Brasil, a obesidade aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

De acordo com Dr. Leone Gonçalves, “São muitos os fatores que levaram a um aumento dos casos de obesidade no Brasil. Nesse sentido, o próprio crescimento econômico, a urbanização e a mudança nos padrões de consumo. Muitas pessoas têm deixado de consumir alimentos naturais, ricos em nutrientes importantes para saúde, para aumentar a ingestão de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sal e gorduras e de baixa qualidade nutricional, seja pela correria da vida moderna ou pela praticidade dos alimentos industrializados e do fast-food”.

Hipertensão Arterial

Estudo publicado pela instituição norte-americana National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), revela que o sobrepeso e obesidade são fatores de risco para a elevação da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A predisposição à doença aumenta conforme o Índice de Massa Corpórea (IMC).

Segundo Dr. Martim Elviro, médico de família e mestre em Educação e Saúde, a hipertensão, associada à obesidade, pode ser prevenida. “O mais importante é ter um estilo de vida saudável e medir a pressão pelo menos uma vez por ano. Assim, caso aponte a Hipertensão, seguir as orientações da equipe de saúde para ter uma pressão controlada, viver muito e com boa qualidade de vida”, disse.

Segundo dados publicados no relatório “Estatística Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2023” da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 23,93% da população brasileira tem hipertensão.

“Pacientes com hipertensão precisam adotar uma dieta saudável,  praticar atividades físicas, reduzir  o consumo de sal e álcool e, preferencialmente parar de fumar. Porém, muitos veem essas recomendações com uma lista de restrições que vai tirar alguns dos seus prazeres. Como médico, nos meus atendimentos procuro levar as pessoas a pensarem nos ganhos de saúde e não no que pode vir a perder. Cuidar-se traz vitalidade, saúde e aumenta a longevidade”, explica Dr. Annibal.

Para o especialista, no caso da alimentação, por exemplo, nem todos precisam se despedir definitivamente dos hambúrgueres e pizzas com os amigos. “O truque está em aprender a fazer escolhas inteligentes, adotando uma abordagem equilibrada que seja possível manter ao longo da sua vida”, ensina.

Alimentos ultraprocessados

A nutricionista Giovana Tassinari comenta que geralmente os alimentos ultraprocessados contêm altas quantidades de calorias vazias. “Isso significa que eles podem levar a deficiências nutricionais se houver consumo em excesso. Além disso, a maioria são ricos em açúcares adicionados, gorduras saturadas e trans, que estão associados a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e aumento do risco de câncer”.

Por outro lado, para evitar essas doenças, a especialista ressalta que deve-se manter um padrão alimentar com alimentos de origem mais natural possível. “Eu costumo dizer que é a ‘comida de verdade’, na sua forma integral, sem nenhum tipo de alteração. Temos os alimentos provenientes da terra (plantações), como hortaliças, frutas, legumes, grãos, tubérculos e aqueles derivados de animais (carnes brancas e vermelhas, leite). E podemos considerar aqui os que sofreram um processamento mínimo como manteiga, creme de leite, polpa de frutas congelada, ou até mesmo o arroz e o feijão, que vem na sua forma integral, porém embalados, isso é um tipo de alimento minimamente processado”, detalha.

“Alimentos ultraprocessados são formulações industriais fabricadas a partir de substâncias extraídas ou derivadas de outros alimentos (sal, açúcar, óleos, proteínas e gorduras) e sintetizadas em laboratório (corantes, aromatizantes, conservantes e aditivos). No geral, os alimentos ultraprocessados possuem sabor mais agradável e um grande prazo de validade, mas são pobres nutrologicamente e ricos em calorias, gorduras e aditivos químicos, favorecendo então a ocorrência de deficiências nutricionais, doenças do coração, diabetes, colesterol e obesidade. São exemplos as bolachas, guloseimas, sorvetes, bolos, carnes como salsichas e produtos congelados e prontos para o consumo”.
Médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).