Estudo revela que apenas 19,2% do total da ingestão de açúcares no País vem de produtos da indústria da alimentação. Demais 80,8% provém de outros consumos que precisam ser trabalhados para o sucesso do programa
A Associação Brasileira de Laticínios – Viva Lácteos, participa hoje da assinatura do Compromisso para Redução de Açúcar em Lácteos. O acordo será firmado pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi e objetiva a redução da quantidade de açúcar nos alimentos. “A redução do consumo de sódio, gorduras e açúcar tem sido foco das discussões em saúde pública mundiais, proporcionando iniciativas regionais e globais, relacionadas a campanhas de redução do seu consumo excessivo pela população, dentre os quais a reformulação de alimentos industrializados”, explica o diretor executivo da Associação, Marcelo Martins. O tema é pauta das discussões pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, dentro da Estratégia Global da instituição sobre Alimentação, Atividade Física e Saúde e no Plano de Ação Global de Doenças Crônicas Não Transmissíveis. A iniciativa também está nas diretrizes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
O termo garante a redução voluntária do açúcar pelos fabricantes em um prazo de quatro anos. O objetivo é que o setor produtivo possa contribuir para a redução do consumo de açúcares pela população brasileira para menos de 10% do total das calorias diárias ingeridas.
Segundo Martins, a definição das propostas de metas de redução de açúcares foi baseada nos mesmos critérios estabelecidos quando da assinatura do Acordo de Redução de Sódio em Alimentos Industrializados. O acordo contempla redução de açúcar em produtos como: bebidas lácteas fermentadas, bebidas lácteas não fermentadas prontas para o consumo, Iogurtes e outros leites fermentados, iogurte grego, iogurte grego com calda, leites fermentados e petit suisse.
Para um melhor entendimento e ações uniformizadas, o setor produtivo propôs a realização de oficinas técnicas com as áreas afins, para cada categoria de alimentos, com objetivo de discutir a perspectiva de redução do teor de açúcares em cada categoria/subcategoria, suas limitações tecnológicas e metodologia para análise laboratorial adequada, visando a definição da redução possível a ser realizada de forma gradativa e sustentável.
As metas foram apresentadas na oficina técnica de lácteos negociadas entre o Ministério da Saúde e o setor produtivo, a fim de definir valores que não descaracterizem os produtos e considerem as possibilidades/alternativas tecnológicas disponíveis, mas que, acima de tudo, tragam impacto no perfil de ingestão de açúcar e, consequentemente, na saúde da população. Na prática, não haverá substituição do açúcar por edulcorantes e sim a redução gradativa do sabor doce, visando aceitação do público consumidor, usando as mesmas orientações para a redução de sal. “Importante frisar que a indústria está trabalhando no intuito de reduzir o açúcar nos produtos industrializados, mas a exemplo do sal, é necessário que sejam desenvolvidas outras ações como retirar ou diminuir a quantidade de açúcar consumida nos domicílios, lanchonetes, bares, restaurantes e docerias”, destaca Martins. Ele alerta ainda que, segundo o estudo “Cenário do Consumo de Açúcar no Brasil”, os produtos da indústria da alimentação foram responsáveis por apenas 19,2% do total da ingestão de açúcares no País, o que corresponde ao consumo diário per capita de 5,77kg do nutriente. Os demais 80,8% vem de outros consumos que precisam ser trabalhados para o sucesso do programa.
Fonte: assessoria de imprensa