O Dia Nacional da Saúde é celebrado anualmente em 5 de agosto no Brasil. A data tem o objetivo de conscientizar a sociedade brasileira sobre o valor dos cuidados com a saúde e recordar a vida e o trabalho de Oswaldo Cruz, um dos principais responsáveis pelas erradicações de perigosas epidemias que acometiam o Brasil no final do século XIX e começo do século XX.
O Dr. Leone Gonçalves, nutricionista e especialista em medicina ortomolecular, aponta que uma das grandes epidemias e desafios de saúde pública do século XXI no Brasil e no mundo é a obesidade: “A obesidade representa o problema nutricional de maior crescimento na população observado nos últimos anos, sendo considerada uma epidemia mundial, presente nos países desenvolvidos e também naqueles em desenvolvimento. Nos últimos 30 anos nenhum país conseguiu elaborar estratégias para reverter a epidemia de obesidade de forma consistente. No Brasil, neste mesmo período, a prevalência de obesidade subiu de 5,4% para 21% da população. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a cada ano são 1 milhão de novos casos de obesidade no país e a cada 15 anos, dobra-se a taxa de casos de obesidade”.
Causas da Obesidade
O nutricionista aponta os principais motivos que levaram a um aumento dos casos de obesidade no Brasil: “São muitos os fatores, como o próprio crescimento econômico, a urbanização e a mudança nos padrões de consumo. Muitas pessoas têm deixado de consumir alimentos naturais, ricos em nutrientes importantes para saúde, para aumentar a ingestão de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sal e gorduras e de baixa qualidade nutricional, seja pela correria da vida moderna ou pela praticidade dos alimentos industrializados e do fast-food”.
Além de maus hábitos alimentares, é comum culpar o metabolismo lento como responsável pelo ganho de peso. No entanto, o Dr. Leone esclarece que existem pontos a serem observados: “Chamamos de metabolismo as reações bioquímicas que ocorrem no interior de nossas células e do nosso corpo. São elas, por exemplo, que transformam as calorias que consumimos em energia para viver, através do chamado catabolismo. Já a taxa metabólica basal refere-se a quantidade mínima de calorias necessárias para manter as funções vitais do organismo em repouso, e varia de acordo com a idade, o sexo, a altura, o peso e o percentual de massa magra (músculos) de cada indivíduo. Em pessoas saudáveis, com características semelhantes, a variação é pequena. A prática regular de atividade física, em especial a musculação, aumenta o percentual de massa magra em nosso corpo, aumentando, consequentemente, a taxa metabólica basal. Trata-se do melhor remédio para o “metabolismo lento” em pessoas saudáveis. Há, contudo, doenças como, por exemplo, o hipotireoidismo (baixa produção de hormônios pela tireoide) e a Síndrome de Cushing, que pode causar complicações sérias como obesidade e atrofia muscular. Nestes casos, o endocrinologista deve ser consultado”.
O Papel do nutricionista
Em meio a esta epidemia de obesidade, o Dr. Leone esclarece qual a contribuição e papel do nutricionista: “Hoje a obesidade é considerada uma doença crônica não transmissível, que tem uma alta prevalência e que tem crescido a cada ano. Então, através da educação, conscientização e avaliação nutricional do indivíduo e de alertar a população quanto a isso podemos virar este quadro. É preciso estimular as pessoas a realmente procurar esse acompanhamento para prevenir a obesidade. O nutricionista é o profissional mais habilitado para elaborar uma transformação completa no âmbito alimentar, com base na individualidade biológica. É ele quem irá avaliar o progresso do paciente, encorajá-lo e adaptar o cardápio quando necessário, a fim trazer mais saúde e melhores hábitos alimentares que se reverterão em resultados que vão muito além da estética. A figura do profissional de nutrição também poderia ser melhor utilizada para criação de políticas públicas de saúde e prevenção da obesidade”.
Fonte: assessoria de imprensa