Como alimentar 10 bilhões de pessoas, o número estimado da população mundial na década de 2050, com diversidade na produção, respeito ao meio ambiente e qualidade nutricional? Como enfrentar os desafios das mudanças climáticas, a redução da biodiversidade, extremos como a fome e a obesidade e a distribuição desigual dos alimentos?
A exposição “PRATODOMUNDO – Comida para 10 bilhões”, que será inaugurada no dia 12 de abril no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, pretende apresentar essas questões, mas também levar o público a conhecer e refletir sobre possíveis soluções, como o cultivo em regiões pouco exploradas (tundra, oceanos e desertos), além do consumo de alimentos como algas, insetos e plantas. Mais informações: Museu do Amanhã

Para os curadores, a ideia de “PRATODOMUNDO” não é apresentar ao visitante uma única resposta ou alternativa individual que solucione crises futuras, mas incentivar o visitante a problematizar as possibilidades apresentadas e analisar as opções para uma produção e distribuição mais justas e sustentáveis. “Desta forma, o visitante poderá refletir para tentar responder à seguinte questão: Como conseguiremos combinar acesso aos alimentos, qualidade nutricional e sustentabilidade para alimentar 10 bilhões de pessoas?”, comenta Leonardo Menezes, curador da exposição e gerente de Conteúdo do Museu do Amanhã.

De acordo com as Nações Unidas, a população mundial, atualmente em 7,6 bilhões, deverá chegar a 8,6 bilhões em 2030; 9,8 bilhões em 2050; e 11,2 bilhões em 2100. Os dados apontam que a maior quantidade de nascimentos deve se concentrar no cinturão de países pobres, com metade deste crescimento em nove nações: Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão, Etiópia, Tanzânia, EUA, Uganda e Indonésia.

“PRATODOMUNDO” conta com interativos (como o projetor touch e alguns jogos), videomappings, telas de LED, backlight e cenografia. Entre as atrações de destaque estão a “Geladeira Sincerona”, que analisa o valor nutricional dos alimentos, e o jogo “CSI: Comida Sob Investigação”, que permite verificar se utilizaram agrotóxicos ou outras substâncias nocivas à saúde no produto.

A mostra é voltada para todos os públicos, principalmente famílias e crianças a partir de 8 anos. Ela foi desenvolvida para ser acessível, de fato, “pratodomundo”. Diversos detalhes foram pensados cuidadosamente para que os conteúdos sejam compreendidos por qualquer visitante. Os conteúdos apresentados estarão em quatro línguas – além do português, inglês e espanhol, os idiomas oficiais do Museu do Amanhã, haverá a tradução para Libras, a língua brasileira de sinais. Os visitantes poderão acessar os conteúdos em Libras pelo aplicativo do Museu do Amanhã, que conterá ainda audiodescrição de textos, cenografias e dos jogos interativos. A sala expositiva terá ainda piso tátil, que garante a autonomia na visita de deficientes visuais, placas em braile e iluminação com alto contraste para auxiliar o público com baixa visão. Elementos que integram a cenografia, mas que aparecem apenas virtualmente, serão reproduzidos fisicamente e utilizados na interação mediada por monitores.

Áreas da exposição temporária

1. A cultura do comer – Na primeira área da exposição é apresentado o ato do comer como essencial para a sobrevivência. Nos alimentamos de diferentes formas, desenvolvemos gostos e relacionamentos. São bilhões de relações humanas, cada vez mais complexas, que nos forçam a refletir sobre os desafios a serem enfrentados para sobrevivermos com qualidade de vida e nutricional, sustentabilidade e igualdade no mundo do amanhã.

Nesta área será exibido um filme de cinco minutos sobre os diferentes gostos existentes pelo mundo e como as culturas estão ligadas ao alimento, que transforma as relações interpessoais e cria novos hábitos. Mas para alimentar a multidão existente no mundo, diferentes tipos de sementes, grãos e proteínas precisam atravessar oceanos para estar presentes no prato de cada dia, um fluxo global que se tornará ainda mais intenso com o aumento descontrolado da população global.

2. Novas fronteiras agrícolas – A segunda seção da exposição vai mostrar novos locais e técnicas aplicadas para aumentar a produção de alimentos ao redor do mundo. Desertos, oceanos, tundra, florestas e as próprias cidades serão ocupadas por áreas de cultivo e criação de animais. Projeções mapeadas em uma grande área circular, com telas interativas e backlights, mostram a agricultura crescendo nas novas fronteiras agrícolas. Mas a transformação desses locais será a solução para alimentar a população crescente, com qualidade nutricional e de maneira igualitária?

3. Tecnologias – Um ambiente laboratorial futurístico dá o tom a esta área. A seção explora as possibilidades que a tecnologia oferece para a alimentação no amanhã. Esta ciência aprimora a genética e os nutrientes dos alimentos, cria possibilidades que se tornam alternativas ao consumo de proteína animal, deixando a alimentação mais resiliente às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, leva os visitantes a se perguntarem como a tecnologia pode ser uma ferramenta para fazer face a esse desafio, garantindo a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, além do equilíbrio dos ecossistemas e biomas. Os destaques são os interativos de conteúdo científico, com mais de 30 cases no mundo todo.

4. Saúde e sociedade – Nesta área, falaremos sobre a qualidade das dietas globais e a importância de se aproveitar os alimentos integralmente. O uso de plantas não convencionais (PANCS) e insetos na alimentação como reforço de nutrientes e proteínas também terá destaque. A área vai debater ainda questões como fome, desnutrição, acesso aos alimentos, doenças da alimentação e a dicotomia entre a fome e a obesidade. Uma das atrações é a “Geladeira Sincerona”, que analisa o valor nutricional dos alimentos escolhidos pelo público.

5. Comida para o amanhã – A última área da exposição será uma síntese dos caminhos a serem percorridos pela humanidade para alimentar 10 bilhões de pessoas. Para alcançarmos um equilíbrio, será necessário enfrentar o crescimento populacional, combater a alimentação pouco nutritiva e suas consequências para a saúde, além de evitar a degradação dos recursos ambientais. Haverá projeções interativas sobre as funções na cadeia produtiva do alimento e um jogo sobre as formas de produção de alimentos.

Horta do Amanhã 

Em conexão com a exposição “PRATODOMUNDO”, o museu vai também inaugurar a Horta do Amanhã, uma iniciativa que une sustentabilidade e convivência, ambos eixos fundamentais do Museu do Amanhã. Também patrocinada pelo Carrefour e realizada pelo museu em parceria com a Carpe Projetos Socioambientais e o Estúdio Nua, a horta terá espécies diversas e vai abrigar oficinas mensais de abril de 2019 a fevereiro de 2020. A ideia é que a comunidade local e qualquer um que quiser participar estejam envolvidos no dia a dia das mudas. Quem quiser começar sua própria horta urbana vai encontrar informações essenciais nas oficinas, que vão juntar teoria e prática ao abordar temas como preparo do solo, plantio e mapeamento de espécies, além de colheita e usos medicinais e terapêuticos das plantas. A primeira oficina acontece no dia 13 de abril, às 9h. O agricultor Yuri Diniz vai falar sobre agrofloresta e ensinar a planejar o espaço e o solo para o plantio de alimentos.

Inscrições:
Oficina da Horta do Amanhã
13/04/2019 – 09:00
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Foto: divulgação
Fonte: assessoria de imprensa