O sobrepeso e a obesidade vêm ganhando destaque no cenário epidemiológico mundial, não só em função da sua prevalência crescente, mas, principalmente, por estarem associados a uma série de danos à saúde. A gerente de Nutrição do HCor (Hospital do Coração), Rosana Perim, alerta: “não se trata apenas de uma questão estética. Crianças obesas têm mais chances de serem adultos obesos e, consequentemente, de apresentarem as complicações de saúde ligadas ao excesso de peso, como infarto, AVC, diabetes e síndrome metabólica. Só as complicações cardiovasculares em adultos já representam sozinhas a principal causa de morte no país, com mais de 29% do total de óbitos”, esclarece a nutricionista.
Estudos recentes mostram que a obesidade é o terceiro problema de saúde pública que mais demanda gastos da economia brasileira, estando à frente até do tabagismo. Estima-se que os gastos giram em torno de R$ 110 bilhões, o que equivale a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Outra característica marcante, é o crescimento da obesidade no grupo de crianças e adolescentes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15% das crianças brasileiras com idade entre cinco e nove anos têm obesidade atualmente. Mudanças no padrão da alimentação e da atividade física, em conjunto com fatores biológicos, comportamentais e ambientais favorecem esse aumento.
Para crianças e adolescentes, são exemplos desses fatores as condições e situações dos ambientes escolares, familiar e social. Destacam-se ainda as características presentes na gestação e no início da vida, como o estado nutricional materno prévio à gestação, o fumo durante a gravidez e alimentação na infância.
Portanto, cuidar da alimentação é algo que deve ser feito sempre. Quando a criança é educada seguindo um estilo de vida saudável, ela tem mais chances de seguir esse exemplo pelo resto da vida. Mas como dar um bom exemplo, diante de tantos apelos por alimentos industrializados e ultraprocessados?
A nutricionista do HCor explica que é preciso criar truques para tornar a alimentação saudável mais atraente. “A dica é apostar nas cores dos alimentos, experimentar novas preparações e transformar as refeições em momentos agradáveis junto à família. Comer com moderação e sem proibições é perfeitamente possível, desde que haja orientação dos especialistas”, ressalta Perim.
Desde cedo, a criança deve ser incentivada a fazer de cinco a seis refeições por dia como café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e um pequeno lanche antes de dormir, beber bastante água e evitar o consumo de alimentos como salgadinhos, doces, sanduíches, refrigerantes e sucos industrializados.
“Entre as ações que os pais podem fazer para incentivar a ingestão de alimentos saudáveis é tentar deixar as preparações apetitosas para o consumo, incluindo desde frutas frescas, salada de frutas, gelatina, bolos integrais, bolo de cenoura, biscoitos caseiros integrais, sucos naturais e água de coco”, sugere Rosana Perim.
Dicas da nutricionista do HCor para incentivar hábitos saudáveis aos pequenos:
Alimentos coloridos: Aposte em cores variadas para tornar o prato mais atraente. A apresentação dos alimentos é uma das formas de aumentar o apetite da criança.
Transforme em brincadeira: Envolva a criança na escolha e no preparo dos alimentos, e transforme isso em algo atraente para ela. Além de conhecer mais sobre os alimentos e suas funções no organismo. Exemplo: Leve a criança ao sacolão, mercado e feira para ajudá-la nas compras de frutas, verduras e legumes, permitindo que elamostre as suas preferências.
Refeição em família: É importante que os pais façam as refeições junto de seus filhos. A criança observa tudo que os pais estão fazendo e tenta copiar. Não adianta fazer a criança comer algo que você mesmo não consome.
Importância da alimentação: Na medida do possível, explique para a criança a função dos alimentos, bem como a importância de cada grupo alimentar.
Insistir com as novidades: Sempre que possível introduza novos alimentos nas refeições dos pequenos. Nem sempre a criança concorda em comer uma preparação que lhe é oferecida pela primeira vez, mas é importante insistir e explicar a importância dos nutrientes presentes para a saúde.
Autonomia: Deixar a criança controlar o quanto comer. Não forçar! Respeite a sensação de saciedade da criança. Mas atenção! Fique de olho nas quantidades consumidas, pois o excesso é o grande vilão da obesidade.
Respeito: Respeite a decisão da criança se ela não quiser comer naquele momento, mais tarde ela irá procurar você para se alimentar. Nessa hora ofereça sempre que possível preparações saudáveis.
Fonte: assessoria de imprensa
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