Um recente artigo da revista The Economist reacendeu o debate sobre a classificação da obesidade como doença. Nesse sentido, destacando suas implicações para a saúde pública e individual. Assim, a relação entre obesidade e menopausa ganha relevância. Já que alterações hormonais nesse período podem predispor as mulheres ao ganho de peso, especialmente na região abdominal.
Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, explica que a menopausa é marcada por uma queda significativa nos níveis de estrogênio, o que impacta diretamente o metabolismo feminino.
Com a redução do estrogênio, o corpo tende a acumular mais gordura visceral, aquela localizada na região abdominal. Assim, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.
Alexandra Ongaratto
Menopausa e obesidade em dados
Estudos indicam que mais de 70% das mulheres na menopausa no mundo apresentam sobrepeso ou obesidade. Isto reforça a necessidade de atenção redobrada nessa fase da vida. Além disso, o excesso de peso pode intensificar sintomas típicos da menopausa. Assim como ondas de calor e alterações de humor, tornando esse período ainda mais desafiador para muitas mulheres.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a proporção de obesos na população com 20 anos ou mais mais que dobrou entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Nesse período, a obesidade feminina subiu de 14,5% para 30,2%, enquanto a masculina aumentou de 9,6% para 22,8% . Além disso, um estudo publicado na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil apontou que a prevalência de obesidade abdominal em mulheres brasileiras na pós-menopausa é de 73,8% .
“O acúmulo de gordura abdominal não é apenas uma questão estética; ele está associado a um aumento significativo no risco de doenças como diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemias”, alerta Alexandra. “Portanto, é fundamental que as mulheres adotem medidas preventivas para controlar o peso durante e após a transição menopausal”.
Prevenção e tratamento são a chave
Entre as estratégias recomendadas pela especialista estão:
Alimentação balanceada: priorizar uma dieta rica em frutas, verduras, proteínas magras e grãos integrais, evitando alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares.
Atividade física regular: incorporar exercícios aeróbicos e de resistência muscular na rotina semanal para auxiliar na manutenção do peso e da massa muscular.
Acompanhamento médico: realizar consultas periódicas para monitorar a saúde geral e discutir a possibilidade de terapias que possam auxiliar na gestão dos sintomas da menopausa e no controle do peso.
“A conscientização é o primeiro passo para a mudança. Entender os desafios que a menopausa traz e buscar apoio profissional pode fazer toda a diferença na qualidade de vida das mulheres”, conclui Alexandra.
A relação entre obesidade e menopausa destaca a importância de abordagens integradas que considerem as particularidades hormonais e metabólicas dessa fase, promovendo saúde e bem-estar para as mulheres em transição menopausal.
Fonte: assessoria de imprensa