O verão chegou e também com ele as chuvas da estação. Estas causam todo o ano aumento dos casos das doenças causadas por mosquitos transmissores de doenças, especialmente dengue, zika e chikungunya. Nesse sentido, o pesquisador da Embrapa Cocais Luiz Carlos Guilherme desenvolveu solução simples e com resultados positivos na diminuição ou eliminação do mosquito Aedes aegypti. Afinal, o mosquito é responsável pela proliferação dessas principais doenças da estação mais quente do ano. Então, houve a comprovação da eficácia dos lebistes – peixes larvófagos predadores de larvas dos mosquitos conhecidos popularmente como barrigudinho ou guppy – no controle biológico do Aedes aegypti. As larvas se mostraram alimento de alta qualidade para os peixes.
A descoberta permitiu a diminuição do uso de larvicida com a introdução do peixe em locais onde o larvicida não era eficaz ou havia alta incidência do mosquito, além de impactos socioeconômicos e ambientais. Assim, com o sucesso do uso do barrigudinho, houve a criação do Projeto Dengoso. Nesse sentido, a ação de saúde pública e cidadania em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses – CCZ das cidades adotaram a iniciativa para realizar o controle biológico das doenças transmitidas pelo Aedes aegyti e outros mosquitos patógenos.
Abordagem inovadora e sustentável
“É uma abordagem inovadora e sustentável no controle de larvas de mosquitos. O uso de barrigudinhos como método biológico tem se mostrado eficaz no controle de larvas de mosquitos em locais propensos a alagamentos, onde a ação do larvicida pode apresentar limitações e na significativa redução na incidência de mosquitos. Assim, abrangendo não apenas o Aedes aegypti, transmissor de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya, mas também outros mosquitos, comumente chamados de “muriçocas”. O projeto utiliza barrigudinhos coletados localmente, evitando a introdução de peixes de outras bacias e mantendo a biodiversidade local. O pesquisador Luiz Guilherme, da Embrapa Cocais, orienta a reprodução e manutenção dos barrigudinhos nos tanques da UESPI e CCZ. Assim, assegurando um suprimento constante de peixes para a continuidade do projeto. Nas escolas onde as ações educativas foram implementadas, há relatos positivos de adoção de práticas de prevenção pela comunidade escolar”, relata Alessandra Torres, professora da UESPI. Alessandra coordena a ação no Piauí em conjunto com a equipe acadêmica da área de Ciências Biológicas.
O Projeto Dengoso é uma tecnologia premiada pela Fundação Banco do Brasil.
Fonte: Embrapa