Qual é a melhor dieta ? Leia a análise de especialistas

A busca por dieta vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, impulsionada pela preocupação com a saúde, o bem-estar e a estética. Muitas vezes, essa busca tem apenas o foco na perda de peso, mas também no gerenciamento de condições de saúde, como diabetes e hipertensão, ou ainda, pelo desejo de adotar um estilo de vida mais sustentável e ético. Mas é essencial que as pessoas busquem orientação de profissionais qualificados para garantir que suas escolhas alimentares sejam saudáveis e adequadas às suas necessidades individuais.

Dieta Low Carb

Este tipo de dieta reduz ou elimina alimentos ricos em carboidratos, como pães, massas, arroz, batatas e doces, e os substitui por carnes, peixes, ovos, vegetais, nozes e sementes. Existem diversas variações da dieta low carb, incluindo a dieta cetogênica, que é extremamente baixa em carboidratos, e a dieta paleolítica, onde não pode haver a ingestão de laticínios.

De acordo com o médico referência em low-carb no Brasil, José Carlos Souto, uma dieta que tenha como diretriz a redução do consumo de carboidratos é altamente benéfica para o tratamento de diabetes tipo 2. Bem como a obesidade e síndrome metabólica – uma junção das outras duas doenças, combinada com diversos outros males, como a esteatose hepática (gordura no fígado).

Dieta Cetogênica

O nutricionista funcional Diogo Cirico, responsável técnico pela Growth Supplements, explica que a dieta cetogênica prevê uma restrição de carboidratos. Nesse sentido, muitos a consideram como uma solução milagrosa para a perda de gordura corporal, tratamento de doenças como resistência à insulina e diabetes, e até mesmo para melhorar o desempenho esportivo.

“Ela teve originalmente seu desenvolvimento para tratar pacientes com epilepsia refratária, resultando em uma redução significativa nas crises epiléticas e na perda de peso. No entanto, essa dieta pode levar à deficiência de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Portanto, deve-se seguir apenas sob orientação de um nutricionista e não se indica para a população em geral”, detalha o nutricionista.

Redução do consumo de carne

As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de mortalidade no Brasil e globalmente. A predisposição para essas doenças está intimamente ligada ao estilo de vida, com a alimentação desempenhando um papel crucial.  De acordo com a Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Diversos estudos já demonstraram, por exemplo, que a redução do consumo de carne pode ajudar a diminuir o risco de doenças cardiovasculares. Afinal, tende a contribuir com a melhora de uma série de marcadores associados a uma saúde cardiovascular ruim, como altos níveis de colesterol ruim (LDL), resistência insulínica e obesidade”. Mais recentemente,  um estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, confirmou que a dieta vegana pode melhorar a saúde cardiovascular ao estudar essa relação em gêmeos.

“E não é preciso adotar uma dieta estritamente vegana da noite para o dia. Simplesmente adicionar mais alimentos à base de plantas na dieta, além de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, pode aumentar a longevidade”, complementa.

Dieta flexitariana

O conceito da dieta flexitariana, que se situa entre uma alimentação com produtos de origem animal e uma dieta baseada exclusivamente em vegetais, vem ganhando popularidade no campo da nutrição. Essa abordagem propõe a redução do consumo de alimentos de origem animal, substituindo-os por opções 100% vegetais.

“O intuito da dieta é oferecer uma alimentação inclusiva e saborosa que protagoniza os vegetais, alimentos que fornecem naturalmente fibras e menores teores de gorduras saturadas. No entanto, não existe um padrão de consumo de proteína animal para definir o que é ou não um flexitariano, ou seja, se a pessoa se alimenta majoritariamente de fontes vegetais, mas consome carne duas ou três vezes por semana, já entra na categoria”, diz a nutricionista Alessandra Luglio, consultora da marca plant based N.OVO.

Dieta Mediterrânea

A dieta mediterrânea é um estilo de alimentação inspirado nas práticas culinárias tradicionais de países ao redor do Mar Mediterrâneo, como a Itália, a Grécia e a Espanha. Assim, ela é composta por comida fresca e natural como frutas, legumes, peixes (ricos em ômega 3) , azeite, oleaginosas, grãos e cereais, além de um pouco de vinho, a dieta mediterrânea  Leites e queijos são consumidos com moderação. Já a carne vermelha é consumida raramente.

Mais saudável do mundo

De acordo com o cardiologista Francisco Pupo, a dieta mediterrânea é considerada a mais saudável do mundo e traz diversos benefícios. Ele explica que este estilo de alimentação “mostrou inúmeros benefícios, entre os quais estão a diminuição do risco da doença cardíaca e do derrame, além da prevenção do Alzheimer. Também foi observado a melhoria da artrite reumatoide e proteção contra alguns tipos de câncer”.

Dieta MIND

A base da alimentação na dieta MIND é a “comida de verdade”. Ou seja, alimentos in natura (frutas, legumes, vegetais, oleaginosas, peixes e aves) estarão incluídos. Por outro lado, há uma restrição para produtos alimentícios ultraprocessados. Além daqueles da chamada “caloria vazia” – que geralmente não apresentam nutrientes e há excesso de açúcar. Portanto, no cardápio, alimentos como manteiga, margarina, fritura, fast-food, carne vermelha e processados ficam de fora.

“As folhas verdes, os vegetais, as frutas vermelhas, as oleaginosas, o azeite, os grãos integrais, o peixe, as leguminosas e as aves são alimentos que são considerados chaves para a dieta. Uma vez que contam com micronutrientes que são de suma importância para a saúde cerebral, e macronutrientes, fundamentais para o funcionamento do corpo e da mente. Os carboidratos como cereais, pães e massas integrais, hortaliças, frutas devem constituir aproximadamente 50% da dieta.  Afinal, a glicose é o principal combustível energético do cérebro. Portanto é fundamental manter os níveis de glicemia estáveis e em equilíbrio ideal ao longo do dia”, comenta a Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Dieta Nórdica

A dieta nórdica promove o consumo de cereais de forma integral, frutas e vegetais, já que são excluídas as gorduras saturadas. A nutricionista Monik Cabral explica que a dieta nórdica se baseia no consumo de vegetais de folhas verdes e raízes. Além de frutas vermelhas e frutas em geral. Além de cereais integrais, como a cevada, a aveia ou o centeio; legumes e laticínios com baixo teor de gordura. Inclui também os peixes como o salmão, a cavala ou o arenque, que podemos consumir várias vezes na semana.

 

Segundo as professoras de Nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual, Fernanda Galante e Cinthia Perine, no processo de emagrecimento, as piores dietas são aquelas que acontecem sem acompanhamento nutricional consciente. Ou seja, aquelas que as pessoas seguem porque alguma celebridade fez ou pesquisou na internet e encontrou as dietas que prometem perda de peso em poucos dias. Outro item perigoso usado por muitos são os produtos “milagrosos”.

“A melhor forma de emagrecer saudável é com orientação do nutricionista. Dessa forma, o profissional montará um plano alimentar em conjunto com o paciente de acordo com suas escolhas, dificuldades e intolerâncias alimentares. Além de pensar na mudança de hábito para sua vida, evitando dietas rígidas com inúmeras restrições. Afinal, em algum momento pode existir uma grande chance do reganho de peso se não houver uma conscientização da relação emoção x comportamento alimentar x reeducação alimentar”, explicam as nutricionistas.