Deixar de consumir alguns alimentos que comprovadamente fazem mal à saúde exige disciplina e força de vontade. E nem sempre a decisão de mudança de hábitos é tarefa das mais fáceis. O Dia Nacional da Saúde e Nutrição, celebrado em 31 de março, foi criado justamente para incentivar os brasileiros a se lembrarem da relação da alimentação com a saúde.
Os principais alimentos prejudiciais ao organismo são aqueles ricos em gorduras saturadas, açúcares e sódio, que estão presentes nos produtos industrializados. A alimentação inadequada é responsável por inúmeras doenças cardiovasculares, como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias, infarto agudo do miocárdio e doenças arteriais periféricas.
No caso da saúde vascular, que envolve a circulação, os problemas estão intimamente relacionados ao que o indivíduo consome e com o seu estilo de vida. A cirurgiã vascular e membro da Comissão de Informática e Dados Epidemiológicos da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dra. Anna Karina Paiva Sarpe, explica que as doenças da circulação venosa têm a predisposição hereditária como o principal fator de risco, mas podem ser agravadas pelo aumento do peso corporal, pelo sedentarismo e pela constipação intestinal.
A ingestão de alimentos ricos em fibras, como verduras, frutas e cereais integrais e a ingesta hídrica adequada (pelo menos dois litros de água por dia) é muito importante para o bom funcionamento do intestino. Alimentos ricos em rutina, um bioflavonoide hidrossolúvel, também são benéficos para a circulação venosa. A rutina tem propriedades antioxidantes e pode ser encontrada em frutas cítricas como maçã, morango e ameixa.
Já os problemas da circulação arterial estão relacionados com a aterosclerose, e a principal recomendação é evitar o consumo de alimentos ricos em gordura trans e saturadas, e aumentar a ingesta de alimentos ricos em gorduras boas, presentes em oleoginosas, óleos vegetais e alguns peixes. Esses alimentos reduzem os níveis do LDL (colesterol ruim) e aumentam o HDL (colesterol bom).
“Quando falamos em melhorar a circulação, é muito importante entender que essa melhora deve ser acompanhada por uma mudança de estilo de vida e não apenas do hábito alimentar. Cessar o tabagismo, consumir a quantidade recomendada de água, praticar exercícios físicos diariamente, evitar o ganho de peso e ter uma alimentação balanceada são essenciais para o bom funcionamento do organismo como um todo”, esclarece a Dra. Anna Karina.
Ser saudável não tem que ser difícil. A alimentação deve ser adaptada à rotina, equilibrando necessidades, gosto e questões financeiras. A nutróloga Dra. Karla Gouvea, comenta que, recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu recomendações simples para boas práticas alimentares, tais como: adequação do consumo energético diário, aumento da ingesta de frutas e vegetais, limitação do consumo diário de gorduras saturadas, bem como de açúcar e sal.
“Quando pensamos em oferecer nutrientes para um indivíduo, a primeira opção sempre deve ser o alimento. E, na grande maioria dos casos, a alimentação adequada e equilibrada é suficiente para se atingir as metas diárias de um indivíduo. No entanto, quando indicado, existem suplementos alimentares que auxiliam no tratamento. É importante frisar que somente profissionais habilitados podem fazer a avaliação da necessidade de prescrição de fórmulas ou suplementos. Ressalto ainda o risco que existe na autoprescrição de suplementos e manipulados, podendo gerar inúmeros problemas cardiovasculares e hepáticos”, orienta Dra. Karla.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi, enfatiza que a alimentação saudável e os exercícios físicos são essenciais para a prevenção de todas as doenças cardiovasculares: “A educação da população é importantíssima se pensarmos em saúde pública e nos custos que envolvem o tratamento desses pacientes”.
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Fonte: assessoria de imprensa